Novos trabalhos de George Clooney e Glenn Close ganham as telas do Tiff

Novos trabalhos de George Clooney e Glenn Close ganham as telas do Tiff

"The Wife" e "Suburbicon" se destacam nesta edição do festival

Marcos Santuario

George Clooney é o diretor de "Suburbicon"

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Entre os nomes e talentos que movimentam esta edição do Festival Internacional de Toronto (Tiff), o destaque também fica com os novos trabalhos de Glenn Close (atuando) e George Clooney (dirigindo). A primeira mostra um trabalho que a encaminha para uma indicação merecida ao proximo Oscar. Em "The Wife", dirigida pelo sueco Bjorn Runge, ela divide a cena com Jonathan Pryce, vivendo a segunda esposa do escritor que se torna o novo Premio Nobel de Literatura.

A presença da esposa, do início ao fim da trama, que surge na tela com visitas ao passado, apresentando a construção da carreira do marido e a constituição da familia, se faz fundamental para entender a personagem de Glenn. Os bastidores da premiação sueca, do aviso surpresa por telefone com o fuso horário confuso de Estocolmo, até a cerimônia propriamente dita, são elementos à parte, que auxiliam a compreender os movimentos humanos e sociais que se envolvem na situação.

Surge ainda o preconceito com a mulher, nos anos 1960, quando a personagem de Glenn pensa na carreira de escritora, ainda sendo aluna do futuro Nobel. Mas, quando chegamos ao fim da trama, fica compreensível a fala da esposa, respondendo ao Rei sobre o que ela faz: "faço reis" (make kings), um resumo de vida com toda a dor que carrega. Um filme repleto de inteligência, humanidade e sentimentos, facilmente perceptíveis com as atuações de Glenn, Pryce e Christian Slater (no papel de escritor sem escrúpulos que quer fazer a biografia do Nobel).

Já na trama de "Suburbicon", dirigido por George Clooney, também presente aqui no Tiff, o roteiro, que ele comparte com os irmãos Cohen, se transforma em retrato social e familiar dos EUA em tempos de segregação e da promessa do sonho americano (levando as pessoas para o subúrbio, com promessa de vida feliz, tranquila e próspera). Aqui o preconceito gira em torno do negro, que vai "invadir" o sonho americano do branco em ascensão.

Mas o humor negro característico dos irmãos Cohen ganha acolhida na trama de Clooney, que faz das ações violentas do ódio racial, vivido naqueles momentos, texto visual secundário no drama da família de Matt Damon, no olhar do filho que tem com a esposa, vivida por Julianne Moore (em papel duplo também como irmã gêmea). O garoto Nick, vivido por Noan Jute (já visto na série "Downtown Abbey"), dá o olhar que a trama necessita para criar o envolvimento necessário e torna-lá crível.

Clooney, que não atua, optou também por uma condução musical segura e talentosa, que se torna personagem importante no filme. Nisso, se soma a escolha de Guillermo Del Toro, quem também chamou o talentoso compositor francês Alexandre Desplat para criar a musicalidade necessária, precisa e intensa de seu "The Shape of Water".

O Tiff segue até o próximo domingo, movimentando a indústria cinematográfica mundial, se mantendo, há vários anos como a antessala do Oscar, por isso, acompanhado com vigor pela atenta imprensa internacional.

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