“O amor é o elo do disco e do show”, conta Djavan
Músico se apresenta na próxima quarta-feira no Araújo Vianna
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Das 13 músicas de "Rua dos Amores", pelo menos sete estarão no repertório do show marcado para esta quarta-feira, dia 20, às 21h no Auditório Araújo Vianna (Oswaldo Aranha, 685). Ele vai cantar o amor, mas sempre em “busca de algo diferente” na sonoridade e arranjos. No repertório, além das novas “Rua dos Amores”, “Vive” (gravada e cantada em show na Capital há duas semanas por Maria Bethânia), “Pecado”, “Bangalô”, “Anjo de Vitrô“, “Já não somos dois” e “Ares Sutis”, o músico mostra clássicas “Flor de lis”, “Meu bem querer”, “Samurai” e “Sina”.
Em entrevista ao Correio do Povo, Djavan fala sobre voltar a compor, do show, da maturidade, do público e da busca por algo novo a cada disco e espetáculo.
Correio do Povo – É impossível não começar a entrevista sem perguntar sobre o disco “Rua dos Amores”. Traz a marca de Djavan, mas uma sonoridade ousada e diferente dos registros anteriores?
Djavan – Este disco veio depois de ‘Ária’ (2010), que gravei com músicas de outros compositores, o meu lado crooner. Desde o “Matizes” (2007) eu não tinha parado mais para compor. Achei que estava com dificuldade. A Maria Bethânia me pediu uma música e compus “Vive” e as músicas foram saindo normalmente. O amor é o elo do disco e do show, com as sensações, as emoções, a segurança, o medo relacionado a este sentimento.
CP – Conte-nos um pouco sobre o show e o repertório. Quais são as músicas novas e as clássicas contidas nele?
Djavan – Primeiro quero dizer que será um prazer me apresentar no Auditório Araújo Vianna novo por toda a história que ele carrega consigo. Do disco novo são sete músicas (Rua dos Amores, Pecado, Já Não Somos Dois, Ares Sutis, Anjo de Vitrô, Bangalô e Vive). Quanto às músicas de toda a carreira, serão muitas como “Sina”, “Seduzir”, “Oceano”, “Samurai” e “Nenhum Dia”.
CP – Tanto no disco quanto no show, você retomou parcerias com alguns músicos. Fale-nos sobre esta retomada.
Djavan – É uma retomada mesmo. São os músicos com os quais toquei há muito tempo. Com o Paulo Calasans (teclados) e o Carlos Bala (bateria) fazia mais de uma década. Mas a maioria dos músicos são daqueles que dão alegria de estar junto no mesmo palco, como o Torquato Mariano, o Marcelo Mariano, tenho o Jessé Sadoc no trompete, o Glauton Campello, o Marcelo Martins. O nosso show, sem falsa modéstia, é empolgante por isso. Os comentário e críticas que tenho recebido ratificam o que estou dizendo.
CP – Estes 40 anos de carreira cada vez mais atestam a maturidade do Djavan em todas as possíveis funções dentro da música. Como você vê a ação do tempo na sua música?
Djavan – Lógico que o tempo faz com que a gente vá lapidando. Em tudo o que a gente faz, inclusive na música que é o meu ofício, a busca pela excelência é sempre constante. Na música, eu tento transitar por todos os gêneros e também por todas as funções, eu componho, canto, toco, faço os arranjos e a produção. Trabalho de maneira íntegra, gosto de abraçar estas tarefas todas. A produção é importante para sedimentar a tua ideia de maneira própria. O disco foi muito feliz e o show ratifica a felicidade do disco.
CP – E sobre o público gaúcho?
Djavan – O Rio Grande do Sul é um estado que tem uma relação com a música, que é intensa e bem detalhada. É bom você cantar para quem gosta de ouvir e tem um ouvido bastante seletivo. O público gaúcho sempre cresce nos shows. Até na internet, o retorno que temos do público do Sul é de pessoas que sabem o que estão ouvindo.
CP – O que você ainda persegue na vida ou na música?
Djavan – O meu foco é sempre querer fazer algo diferente, algo que soe original. O que me mantém é sempre a ilusão de que estou fazendo algo diferente, algo novo. Nem precisa ser verdade, mas eu tenho que acreditar que está sendo.