“O Barulho da Noite” é o primeiro longa de Tocantins a participar do Festival de Gramado

“O Barulho da Noite” é o primeiro longa de Tocantins a participar do Festival de Gramado

Equipe do filme foi aplaudida no debate realizado na manhã desta quarta-feira, dia 16

Adriana Androvandi

A diretora Eva Pereira e a atriz Emanuelle Araújo, do filme “O Barulho da Noite”

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A noite de terça-feira foi de estreias no Palácio dos Festivais. O longa-metragem de ficção exibido em competição foi “O Barulho da Noite”, primeiro longa do Tocantins a participar do Festival de Gramado.

A diretora Eva Pereira e a atriz Emanuelle Araújo entraram de mãos dadas no tapete vermelho ontem. A narrativa apresenta uma família que mora em uma área rural. O pai é interpretado por Marcos Palmeira, que não pôde estar presente neste ano no Festival. A mãe é vivida por Emanuelle Araújo. O casal tem duas filhas ainda crianças.

Devido a uma tradição popular e religiosa, o pai participa anualmente da tradição do Divino, em que um grupo de homens a cavalo passa em cidades e povoados cantando. A mulher se ressente da ausência do marido nestes períodos e deixa bem claro seu descontentamento para ele. Neste ano, o pai convida um parente do Maranhão para ficar hospedado na propriedade e "ajudar na lida" das tarefas diárias. 

Aos poucos, o parente mostra um comportamento agressivo. O abuso sexual contra menores é um dos temas do filme, que se torna triste e difícil de assistir. Mas a proposta era essa, de que o filme possa ser um alerta e uma denúncia social.

DEBATE

Os tradicionais debates do Festival de Cinema de Gramado, que acontecem em todas as manhãs com equipes dos filmes concorrentes, continuam movimentando a imprensa e o público em grandes reflexões sobre as produções. 

Na manhã desta quarta-feira, dia 16, o destaque foi o filme “O Barulho da Noite”. A cada resposta da equipe, jornalistas e críticos de cinema presentes aplaudiam o retorno. A diretora Eva Pereira e a atriz Emanuelle Araújo foram os destaques. Durante o encontro, a diretora comentou que sua busca com o filme é retratar na tela a justiça que gostaria de ter feito na realidade.

Já a atriz Emanuelle Araújo abordou a temática do filme, que trata (também) de abuso infantil. Segundo a atriz, o longa não busca ser bonito, pelo contrário, provoca desconforto no espectador. “Esse roteiro a Eva fez com muita pesquisa para mostrar uma realidade que existe. Não houve a intenção de romantizar. É uma história real e que busca ser colocada de uma forma incômoda”, disse. 

Antes de “Barulho da Noite”, os debates começaram com as equipes dos curtas “Remendo” e “Ela Mora Logo Ali”. Sobre “Remendo”, o diretor Roger Ghil afirmou que a montagem do filme se inspira no caminho das águas, que apresenta diferentes formas (ora líquida, ora gasosa ou sólida).

Fabiano Barros e Rafael Rogante, diretores de “Ela Mora Logo Ali”, de Rondônia, também estreiam no Festival. Segundo eles, o filme busca retratar as dificuldades enfrentadas por mães atípicas. A atriz Agrael de Jesus vive uma ambulante que, ao se sentar ao lado de uma moça que está lendo no ônibus, se interessa pela história do livro e começa a recontá-la oralmente ao filho acamado (o personagem parece ter uma paralisia cerebral, apesar de não ficar claro na narrativa). Isso a impulsiona a se interessar por literatura. "O filme mostra a realidade de mães negras e atípicas", comentou a atriz.

O Festival de Cinema de Gramado segue até sábado, 19 de agosto.

 

 


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