O resgate de um passado para uma ideia de família

O resgate de um passado para uma ideia de família

Historiadora e tradutora Julia da Rosa Simões lança nesta quarta em Porto Alegre o livro "A Estranha Ideia de Família" sobre o passado dos seus familiares

Luiz Gonzaga Lopes

Julia da Rosa Simões é historiadora, tradutora literária e musicista

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Uma historiadora em busca do resgate do passado familiar, dos silêncios, das lacunas, da memória e de esquecimento. A historiadora e tradutora Julia da Rosa Simões botou no papel, durante os últimos cinco anos, o resgate da história da sua família, com fotos, documentos, recortes de jornais, entre outros, para um tese de pós-doutorado, mas que acabou se transformando no livro “A Estranha Ideia de Família” (Arquipélago Editorial) que tem lançamento nesta quarta-feira, às 18h, na PocketStore Livraria (Rua Félix da Cunha, 1167). 

“Eu comecei a pensar neste livro a sério faz uns cinco anos, apesar de já vir coletando estas histórias familiares desde a adolescência. Anotava em papeizinhos para registrar pequenos fatos e reviravoltas”, conta Julia. Ela lembra que em 2017, tinha acabado o doutorado em História e não estava mais trabalhando como musicista, só com tradução literária e um hiato nos trabalhos de tradução fez com que ela ficasse sem trabalho por alguns meses. “Decidi me dedicar a registrar estas histórias principalmente as da minha avó para os meus filhos. As coisas no papel ficam mais definitivas e em seguida me dei conta que poderia transformar uma pesquisa interessante de pós-doutorado. Tentar entender a minha família como historiadora”, explica. 

Em uma narrativa bastante subjetiva, Julia registra os rastros de seus avós paternos: o imigrante português José Simões que ela nunca conheceu e Maria, gaúcha nascida na fronteira com o Uruguai, com quem conviveu por boa parte da vida. Julia intercala a narrativa sobre sua investigação com anotações de escritos de outros autores, literários e acadêmicos, como Amós Oz, Paul Auster, Mirian Goldenberg e Michelle Perrot, o tal Caderno de Notas, que está em grisê na diagramação e que enriquece a reflexão de Julia sobre memória e esquecimento. “Estes autores foram as leituras que eu vinha fazendo ao longo deste tempo. A pessoa falando de si mesma e de sua família. Eu fui me dando conta que as vidas das pessoas são muito parecidas, com o substrato comum que é o ser humano. Achei que a minha história se tornava mais rica quando eu colocava a história destes outros autores. Eu me vi acompanhada por estas leituras. Destacavam aspectos específicos da minha vida familiar”, finaliza. 


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