Obra de Picasso que mostra sua amante é leiloada por 56 milhões de euros

Obra de Picasso que mostra sua amante é leiloada por 56 milhões de euros

Dora Maar, que viria a ser companheira do artista espanhol, aparece na sombra da pintura de 1937

AFP

Dora Maar, que viria a ser companheira do artista espanhol, aparece na sombra da pintura de 1937

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Um quadro de Pablo Picasso que representa sua companheira Marie-Therese Walter, atrás de quem aparece a sombra de Dora Maar, sua amante, alcançou na quarta-feira 56,2 milhões de euros durante um leilão em Londres. Trata-se de "Mulher com boina e vestido xadrez", um óleo de 55x46 centímetros produzido em 1937, mesmo ano em que o espanhol pintou de "Guernica". A obra estava estimada em 40 milhões de euros, e a identidade do comprador foi mantida confidencial.

"É um quadro incrivelmente importante de qualidade de museu", disse James Mackie, diretor do departamento de arte impressionista e moderna da Sotheby's, antes do leilão. "Vem de uma era-chave na carreira de Picasso, 1937, quando realiza a grande pintura 'Guernica'", descrevendo o horror do bombardeio alemão da localidade basca durante a Guerra Civil espanhola. Além disso, o quadro tem uma forte carga autobiográfica, lembrou Mackie.

Nele aparece no primeiro plano Marie Therese Walter, que "era há algum tempo sua amante e musa, mas também Dora Maar, que conheceu em 1936, o ano antes de realizar a pintura". "Ela aparece nessa sombra que se pode ver atrás de Marie Therese", explicou. Várias pinturas de Picasso bateram recordes nos últimos anos, como "As mulheres de Argel", um óleo que foi leiloado por 179,4 milhões de dólares em maio de 2015 em Nova Iorque.

"Mona Lisa africana" vendida por mais de um milhão de libras

Um retrato da princesa nigeriana Ife Adetutu Ademiluyi, conhecido como a "Mona Lisa africana", ícone na Nigéria, foi vendida na mesma noite, mas em um leilão da Bonhams, por 1,36 milhão de euros, quatro vezes mais que o estimado. O quadro, pintado por Ben Enwonwu em 1974 é um ícone nacional na Nigéria, e tem um grande significado cultural. "Estou contente de que isto tenha provocado tanto interesse e estabelece um novo recorde para o artista", comentou Giles Peppiatt, diretor de arte moderna africana da casa.

Perdido de vista após ter sido exposto pela última vez em 1975, o retrato de "Tutu" foi encontrado em um apartamento de Londres. "Eu a considero a Mona Lisa africana", disse o escritor nigeriano Ben Okri, premiado com o Booker Prize. "Há 40 anos é uma pintura lendária, todo mundo falava dela e se perguntava 'onde está Tutu'?". O artista "não representou simplesmente a jovem, representou toda a tradição. É um símbolo de esperança e de regeneração na Nigéria, ou seja, o símbolo da fênix renascendo de suas próprias cinzas", acrescentou Okri.

Ben Enwonwu pintou três versões diferentes de "Tutu", mas todas elas desapareceram, até que Peppiatt encontrou uma deles em um apartamento após um casal lhe contatar devido ao sucesso de vendas de arte nigeriana. "A modelo é iorubá e Ben Enwonwu era igbo, portanto pertenciam a diferentes etnias", disse à Eliza Sawyer, especialista no departamento de arte africano da Bonhams. "Foi um símbolo importante de reconciliação" no país, concluiu.

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