Obras de Banksy são leiloadas em Paris, desta vez sem surpresas

Obras de Banksy são leiloadas em Paris, desta vez sem surpresas

No último leilão do artista, uma obra se autodestruiu após ser arrematada por mais de um milhão de libras

AFP

Todas as compras ficaram distantes do mais de um milhão de libras desembolsados pela obra que se desfez

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Várias obras do artista britânico Banksy foram leiloadas nesta quarta-feira na casa de leilões Artcurial de Paris a preços razoáveis e, sobretudo, sem que nenhuma se autodestruísse, como aconteceu no início deste mês na Sotheby's, em Londres. Embora compradores, jornalistas e curiosos tenham se apressado para ir a este leilão na sede da Artcurial, na Champs-Élysées, submetida a uma forte vigilância, os lances não dispararam.

A melhor venda de Banksy da noite, de um total de 133 lotes, foi uma serigrafia intitulada "Stop and Search", que denuncia a vigilância policial, arrematada por 65 mil euros (74 mil dólares), com gastos incluídos (frente a uma estimativa de entre 30 mil e 35 mil euros). Outra serigrafia, "Soup Can (Yellow/Emerald/Brown)", uma referência a Andy Warhol, foi vendida por 46.800 euros (53.300 dólares), diante dos 15 mil a 20 mil euros que estava estimada.

E "Queen vic", que faz piada com a rainha Victoria e sua posição com relação à homossexualidade, alcançou os 11.700 euros (13.300 dólares), frente à estimativa de 3.500 a 4 mil euros. Finalmente, "Love rat", uma estatueta de em polipropileno de um rato branco segurando um pincel, foi comprada por 1.700 euros (1.900 dólares).

Todas as compras ficaram distantes do pouco mais de um milhão de libras (1,042 milhão) desembolsados por uma compradora em 5 de outubro na casa de leilões Sotheby's, em Londres, por uma reprodução em acrílico e aerossol de uma das imagens mais conhecidas de Banksy, "Girl with Balloon". Naquela ocasião, haviam acabado de bater o martelo, marcando o fim do leilão, quando a obra - arrematada por 1,2 milhão de euros (1,4 milhão de dólares) - começou a deslizar por uma trituradora de papel escondida na moldura e ficou parcialmente rasgada.

Verificação de antecedentes

Com essa lembrança em mente, a casa Artcurial disse que tomaria todas as medidas de segurança necessárias para o leilão desta quarta-feira. "Estaremos particularmente atentos, implementamos um dispositivo de segurança, mas tentaremos mantê-lo o mais discreto e leve possível", disse Arnaud Oliveux, especialista em arte contemporânea responsável pela venda.

Além disso, a Artcurial investigou os antecedentes dos presentes, especialmente depois que se especulou que certamente o artista britânico teve ajuda de cúmplices presentes na sala para ativar o triturador, ou que o próprio Banksy ativou o dispositivo dentro da sala. "Pedimos que se identifiquem, fizemos algumas perguntas", disse Oliveux.

Com a sua surpresa em Londres, Banksy, um artista de rua britânico cuja identidade é conhecida apenas por um grupo de amigos, teria conseguido aumentar o valor da peça parcialmente destruída para mais de dois milhões de euros, de acordo com Thierry Ehrmann, presidente da Artprice, especializada em cotações no mercado de arte. No entanto, Banksy admitiu que as coisas não saíram de acordo com os seus planos. O artista publicou um vídeo no YouTube no qual explica que a obra deveria ter sido completamente destruída e que durante os testes o dispositivo funcionou perfeitamente, mas, quando o momento-chave chegou, apenas a metade inferior da pintura se desfez, pois o mecanismo ficou preso.

A compradora, uma colecionadora europeia cuja identidade não foi revelada, disse que ficou chocada quando o dispositivo começou a se mover. "Mas aos poucos eu percebi que teria o meu pedaço da história da arte", disse, segundo um comunicado da Sotheby's. Alex Branczik, diretor do departamento de arte contemporânea da Sotheby's na Europa, estimou que "Banksy não destruiu uma obra de arte durante um leilão, mas a criou".

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