Os 25 anos da Bamboletras

Os 25 anos da Bamboletras

Livraria da Cidade Baixa foi fundada em 24 de abril de 1995 e comemora data tentando se manter em meio à pandemia

Milton Ribeiro está há dois anos à frente da Bamboletras, fundada em 24 de abril de 1995

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A livraria Bamboletras foi fundada em 24 de abril de 1995. A intenção da fundadora, a jornalista e Lu Vilella, era clara: “Quando eu estava na pós, enquanto meu gosto ia ficando mais requintado, notei que todos os títulos que eu queria ou precisava ler não estavam nas livrarias. Então eu pensei que Porto Alegre precisava de um local especializado em literatura”. E ela montou e manteve a livraria até 2018, quando a repassou a batuta a outro jornalista, Milton Ribeiro.

A livraria está localizada no Centro Comercial Nova Olaria (Lima e Silva, 776) desde 1996. No início, o foco era a literatura infantil como o nome denuncia: Bamboletras, bambolê de letras. A livraria também diferenciava-se nisso. Era a única onde as pessoas não somente encontravam os bons lançamentos mas obras clássicas como "Ou Isto ou Aquilo", de Cecília Meirelles, ou um Drummond, um Quintana, um Guimarães Rosa ou um Erico para os seus filhos. A livraria foi fundada na Rua da República, 95, onde permaneceu apenas um ano, mudando-se para o Nova Olaria. Logo, a Bamboletras ampliou o acervo para abarcar a literatura nacional e estrangeira, o ensaio, a poesia e o que se vê hoje é uma espécie de crescente acervo básico, onde os bons livros são repostos assim que vendidos. “Sim, há uma curadoria e quem é apaixonado ou viciado em literatura, aqui na cidade, já foi à Bamboletras por um motivo ou outro, temos certeza”, observa Milton.

Ele conta que o que facilitou a transição, em 2018, foi o fato de ele ter mantido a equipe que trabalhava com a Lu, inclusive o livreiro há mais de três décadas, Gustavo Ventura. “Eu tinha mais domínio de livros de ficção (romances, contos), teoria literárias e algumas biografias e livros sobre música). O Gustavo entende tanto de livros que ele sabe a capa da primeira edição, nos anos 1960 e 70, de editoras que poucos conhecem como a Artenova, por exemplo”, ressalta Milton, lembrando que a Bamboletras abarca desde Psicologia até HQs, passando pelas Ciências Humanas e Sociais, além dos infantis e da mesa de novidades, ao centro da loja. 
A atual crise prejudicou muito a livraria. "Hoje, trabalhando com tele-entrega, estamos vendendo menos da metade do que vendíamos antes, mas pretendemos chegar vivos do outro lado da curva", diz Milton. Perguntado sobre o aniversário da livraria em tempos de pandemia, ele diz que a festa será virtual, porque hoje a Bamboletras deixou apenas um funcionário no local e os outros em sistema de home office, inclusive atendendo clientes.


"Estamos aqui, por enquanto", diz Milton. "Fazemos parte de uma cadeia produtiva que conta com editores para publicar os livros, distribuidores para enviá-los e as bikes e o serviço postal para pegar os pacotes e levá-los aos clientes. Até agora, esse frágil ecossistema está se mantendo, embora eu entenda que basta o tempo entre eu dar esta declaração e você lê-la no jornal para ele desmoronar”, afirma. O livreiro destaca nesta época finalmente há tempo para ler novamente. “A comunidade de leitores e livros é a comunidade que precisávamos antes, e é a comunidade que precisamos em tempos difíceis. É a comunidade com quem queremos estar quando tudo isso acabar", finaliza.

Os contatos com a livraria podem sem feitos pelo 99255.6885 (whats), pelo telefone 3221.8764. ou pela página do facebook.com/livraria.bamboletras. Milton Ribeiro será o convidado de hoje, 18h, do Correio do Povo ao Vivo lá em Casa pelas plataformas digitais do Correio do Povo. 


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