"Os Filhos dos Caras" reúne Simoninha, Jairzinho e Léo Maia em Porto Alegre

"Os Filhos dos Caras" reúne Simoninha, Jairzinho e Léo Maia em Porto Alegre

Projeto é uma homenagem à música brasileira e aos pais dos músicos

Luiz Gonzaga Lopes

Jairzinho, Léo Maia e Simoninha se apresentam nesta sexta no Teatro do Bourbon Country

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"Os Filhos dos Caras" é uma homenagem dos herdeiros de três grandes ídolos musicais brasileiros. Juntos, Wilson Simoninha, Jair Oliveira e Léo Maia mostram seu repertório próprio e, acompanhados por um quinteto, resgatam seu DNA interpretando clássicos da MPB nas vozes dos seus pais Wilson Simonal, Jair Rodrigues e Tim Maia. A turnê que já passou por Rio de Janeiro e São Paulo neste ano chega a Porto Alegre para única apresentação nesta sexta, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Tulio de Rose, 80). Os ingressos estão à venda, com preços entre R$ 80 e R$ 160.

No repertório, o trio canta junto clássicos como "País Tropical" e "Alguém me avisou" e, em outros momentos, cada um segue com seu setlist. Entre as canções que serão interpretadas estão "Nem vem que não tem", "Mais que nada", "Simples desejo", "Não deixe o samba morrer", "Do Leme ao Pontal", "Não quero dinheiro". Jair Oliveira conta que este projeto começou em 2015, em Brasília, e teve também a sua irmã Luciana Mello e Max de Castro, mas este ano eles decidiram homenagear os três juntos. "É um show para perpetuar a música de Simonal, Jair Rodriges e Tim Maia, três grandes caras da música brasileira pelo contexto artístico e familiar", descreve.

Sobre o formato do show, Jair lembra que em Porto Alegre eles estão pensando em todos estarem no palco na maior parte do tempo. "Em RJ e SP e em alguns shows corporativos, tínhamos aqueles momentos sozinhos, mas em Porto Alegre pode ser que cantemos todas. Vai depender do sim dos três. Não há um repertório fixo. Vamos sentindo o público e variando a cada show. Do pai, vamos cantar certo, 'Disparada', 'Deixa Isto Pra Lá', 'Tristeza' e 'Majestade, o Sabiá', projeta Jairzinho.

Para executar este show em alta vibração, a banda dos Filhos dos Caras é formada por Marcelo Maita (teclado), Robinho Tavares (baixo), Daniel de Paula (bateria), Marcio Forte (percussão) e Dilson Laguna (guitarra). "O segredo deste projeto está na força das canções dos nossos pais e das nossas também. O repertório busca a identificação direta com o público, pois é para ele que nós fazemos este projeto. O que fazemos é juntar as peças certas para que as pessoas se emocionem e lembrem dos nossos pais e da importância deles para a música brasileira", destaca Simoninha.

No projeto, são utilizados recursos de vídeo para abertura dos musicais. "O repertório deles é muito vasto, por isso buscamos pegar a essência das músicas. Temos um esqueleto, mas muda bastante, dependendo do espírito daquele dia. Do pai, é certo que cantaremos 'Tributo a Martin Luther King' e 'Sá Marina'. Outra que emociona, fala de uma realidade que persiste é 'Roda', do Gilberto Gil", ressalta Simoninha, cantarolando um trecho da música: "Quem tem dinheiro no mundo / Quanto mais tem, quer ganhar / E a gente que não tem nada / Fica pior do que está / Seu moço, tenha vergonha / Acabe a descaração / Deixe o dinheiro do pobre / E roube outro ladrão".

"Os Filhos dos Caras" têm boa relação com os gaúchos. Conforme Jairzinho, são muitos os amigos na área da música e também a receptividade do público é sempre boa. "Eu sempre tive uma ligação forte com o Sul. Agora mesmo, estou gravando os clipes do projeto infantil 'Grandes Pequeninos', que tenho com minha mulher, Tânia Kalil, com a produtora Alopra, do RS. Sempre fiz shows ótimos no Sul. Tenho amigos como o Adriano Trindade, com quem já toquei em Londres, e também o pessoal da Hard Working Band", destaca Jair.

O filho de Jair Rodrigues também conta histórias sobre o pai para lembrar daquele espírito intrépido do Jairzão. "Sempre conto a história de uma mulher que ofereceu galinhas para ele e ele pegou umas 27. O Léo sempre pede para eu não demorar muito nas histórias, pois senão o show dura três horas, mas o Léo e o Simoninha também contam histórias do Tim e do Simonal, sempre para descontrair e dar um pouco do contexto familiar dos Caras", frisa.

Simoninha lembra que, caso fosse vivo, Simonal estaria com quase 80 anos, mas ainda faria sucesso. "Ele seria tão grandioso quanto foi na época dele e estaria utlizando todas as ferramentas possíveis, com músicas no streaming, YouTube, depoimentos na internet, pois o artista é um reflexo do momento que ele está vivendo e o pai estaria passando sua mensagem".

Sobre as mudanças do mercado da música, Simoninha considera que os músicos eram mais profissionais naquela época ou trabalhavam mais a música. "Acho que eles faziam muito mais do que nós atualmente. Chegavam a gravar dois ou três discos em um ano. Com 12 músicas por disco, tinham às vezes 36 músicas no ano e faziam shows todo o dia, de segunda a segunda. Uma turnê quando iniciava era de temporada em cada cidade, não um show único ou de aproveitar a região e ir vendendo shows. Eles não tinham a coisa do clipe ou da internet, mas trabalhavam para caramba", finaliza.

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