OSPA apresenta a controversa “Quinta Sinfonia” de Shostakovich

OSPA apresenta a controversa “Quinta Sinfonia” de Shostakovich

A Casa da OSPA recebe pela primeira vez o regente sul-coreano Jin Hyoun Baek e o violoncelista alemão Bernhard Lörcher

Correio do Povo

O violoncelista alemão Bernhard Lörcher executa pela primeira vez com a OSPA os solos de “Variações em um Tema Rococó”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893)

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A “Sinfonia nº 5”, do russo Dmitri Shostakovich (1906-1975) é destaque do concerto deste sábado, 12, às 17h, da Casa da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) (Caff – Av. Borges de Medeiros, 1.501), que recebe pela primeira vez o regente sul-coreano Jin Hyoun Baek, diretor artístico do Busan Maru International Music Festival. Também pela primeira vez com a OSPA, o violoncelista alemão Bernhard Lörcher executa os solos de “Variações em um Tema Rococó”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893). Os ingressos para o concerto podem ser adquiridos na Sympla. A apresentação também será transmitida ao vivo pelo canal da OSPA no YouTube.

Antes da apresentação, a haverá mais uma edição da série de palestras Notas de Concerto, às 16h. O violoncelista da OSPA Murilo Alves comenta ao público o repertório do espetáculo, que além dos compositores russos, contempla a abertura da ópera “As Vésperas Sicilianas”, de Giuseppe Verdi (1813-1901). “Seguindo a tradição da época, a introdução instrumental apresenta diversos temas do drama musical. Um exemplo é a melodia da ária da personagem Elena, apresentada pelo naipe de madeiras”, destaca Murilo.

Partindo da ópera de Verdi, a OSPA dá um salto ao repertório russo com influências italianas. Em “Variações em um Tema Rococó para Violoncelo e Orquestra, Op. 33”, Tchaikovsky utiliza referências que enriquecem a composição. Após o intervalo, a OSPA retorna para apresentar a “Sinfonia nº 5”, de Shostakovich. A obra foi uma espécie de resposta do compositor às pressões que vinha sofrendo para se adaptar à estética do regime soviético. Após ser duramente criticado no jornal oficial partidário Pravda, em 1936, cancelou a estreia da sua Quarta Sinfonia, que estava distante do novo realismo socialista. Em 1937, apresentou sua Quinta Sinfonia. A composição parecia estar em conformidade com as novas diretrizes nacionais, mas continha uma crítica ao regime soviético.

Shostakovich inicia a obra com uma escolha que viria a se tornar típica do autor em sinfonias posteriores: um longo e sombrio movimento lento, que termina de forma interrogativa após o clímax. Já sua segunda parte é como uma valsa ansiosa, que precede um novo movimento lento com diversas referências religiosas, que é seguidamente interpretado como um lamento pelos mortos do regime. É apenas o último movimento da composição que incorpora, de maneira apoteótica, quase circense, o espírito do realismo socialista, contrastando com o restante da sinfonia.


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