Ospa remonta a opereta “Os Bacharéis”, de João Simões Lopes Neto

Ospa remonta a opereta “Os Bacharéis”, de João Simões Lopes Neto

Após 130 anos de estreia do espetáculo em Pelotas, será apresentada uma nova versão na Casa da Ospa no sábado, dia 2

Correio do Povo

Espetáculo terá direção artística de Evandro Matté, maestro da OSPA, e direção cênica de Marcelo Ádams

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A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) realiza uma montagem da comédia-opereta “Os Bacharéis”, de João Simões Lopes Neto, conhecido por “Contos Gauchescos”. Há 130 anos, o espetáculo foi estreado em Pelotas, e neste sábado, 2 de setembro, às 17h, será apresentada uma nova versão na Casa da Ospa, junto ao CAFF (av. Borges de Medeiros, 1.501). Após, a orquestra viaja a Pelotas para uma sessão no Auditório do Sicredi (av. Dom Joaquim, 1087), em 8 de setembro, realizada em homenagem aos 150 anos da Associação Comercial de Pelotas. Os ingressos para a récita de Porto Alegre estão à venda na Sympla. Em Pelotas, o ingresso pode ser trocado por 4 litros de leite na Associação Comercial de Pelotas.

Usando o pseudônimo Serafim Bemol, o pelotense Simões Lopes Neto dividiu a autoria de “Os Bacharéis” com o conterrâneo José Gomes Mendes, que assinava como Mouta Rara. Além de ser cunhado de Simões Lopes, Mendes foi um importante parceiro artístico em diversas produções teatrais. Já a parte musical de “Os Bacharéis” coube a Manuel Acosta y Oliveira, um músico negro e estrangeiro (sua origem não é conhecida), que, a despeito do preconceito vigente no Brasil pós-abolição, teve elogiada atuação como violoncelista, regente e compositor em todo o país. 

O diretor artístico e maestro da Ospa, Evandro Matté, aponta que a montagem está inserida em um crescimento da produção operística tanto na programação da orquestra, como em todo o Rio Grande do Sul. Escrita por dois autores gaúchos, “Os Bacharéis” tem como diferencial suas raízes locais.  “A obra de Simões reforça a presença da ópera brasileira na programação da Ospa e traz o desafio de resgatar esta comédia de costumes da sociedade”, salienta Matté, que assina a direção musical do espetáculo.

Após a estreia de sucesso, em 23 de junho de 1894, no Theatro Sete de Abril, em Pelotas, o espetáculo foi reencenado em algumas ocasiões, mas eventualmente caiu no esquecimento. Marcelo Ádams, que interpretou um dos protagonistas, Cincinatus, naquela ocasião, agora retorna como diretor cênico do projeto. “Reencenar a peça é reapresentá-la ao público, que nos últimos 18 anos não teve acesso e agora novamente terá. Em 2005, foi diferente do que será agora, o elenco era composto de atores que cantavam, alguns dos maiores da época, como Margarida Peixoto, Julio Andrade, Sandra Dani. E agora será composto por grandes cantores líricos”, compara. 

“Os Bacharéis” é uma comédia-opereta, forma de arte que conjuga o texto falado com o canto e deriva da ópera, que explora unicamente o canto. No Brasil, o gênero artístico estava muito em voga no final do século 19 e combinava ritmos brasileiros aos europeus. Nas operetas, o texto descontraído frequentemente recorre ao humor como ferramenta de crítica social. Em “Os Bacharéis”, o alvo dos autores foi a hipocrisia e os costumes conservadores da sociedade pelotense, ainda que o texto não esteja situado em um local ou um tempo específicos. Segundo Marcelo Ádams, a obra revela uma faceta divertida de Simões Lopes Neto


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