Público critica organização do Meca Festival e aciona o Procon

Público critica organização do Meca Festival e aciona o Procon

Mais de 40 reclamações já foram recebidas envolvendo falhas na estrutura e cancelamento de shows

Júlia Endress

Festival foi realizado no último sábado na região rural de Itapuã

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Ao deixar a praia e migrar para Porto Alegre, o Meca Festival enfrentou uma série de problemas que não tinha previsto no roteiro. O evento de música indie, que nas cinco edições anteriores sempre ocorreu no litoral Norte gaúcho, se solidificando como uma boa fonte de música de vanguarda, terminou sua sexta edição na noite deste sábado com duras críticas pela maioria do público que se deslocou até a região rural de Itapuã.

Ainda na madrugada de domingo, já era possível conferir o descontentamento nas redes sociais, que desde então concentram uma chuva de comentários negativos, sobretudo envolvendo a organização. As queixas são variadas: filas quilométricas, falta de estrutura para a hora da chuva que atingiu Porto Alegre bem no meio da noite e a cereja do bolo: o cancelamento dos dois principais shows do festival, Miami Horror e Oh Wonder.

Muitas dessas viraram reclamações oficiais no Procon de Porto Alegre, conforme comenta o diretor executivo Cauê Vieira. “Pelos dados que tenho até agora, foram mais de 40 de domingo para esta segunda”. No final desta tarde, o órgão anunciou que vai autuar a empresa responsável pela produção do festival já nesta terça-feira. Com isso, além de penalidade financeira, a produtora pode ser impedida de realizar novos eventos.

Para muitos que encararam os cerca de 45 quilômetros do centro de Porto Alegre até o local do festival, a experiência decepcionou desde o início. “Filas de uma hora para tudo, atraso na divulgação do line-up e outras informações essenciais pré-evento. Lá, o chope acabou às 23h e tivemos que migrar para a cerveja, já que não tinha outra opção, e que custava absurdos R$ 8. Depois, aquela falta de respeito no anúncio confuso de cancelamento das bandas e que até agora tá muito mal explicado”, desabafa o jornalista Alessandro Engroff, que já era frequentador do Meca. "Impressionante como eles conseguiram transformar um festival que no ano passado foi perfeito, em uma sucessão de erros desde o primeiro momento”, comenta. 

Conforme Alessandro, por volta das 3h da madrugada de domingo, um membro da organização subiu no palco, pediu desculpas e anunciou que “as bandas decidiram não tocar”, mesmo após horas de negociação. “Mas logo quando passou a chuva já estava rolando uns boatos de que as bandas principais tinham cancelado”, revela.

Na manhã de domingo, o Meca Festival divulgou um comunicado lamentando o cancelamento das duas principais atrações. Na nota, a organização explica que se reuniu com o Corpo de Bombeiros, com as equipes de palco e com os responsáveis das bandas logo após o temporal (que atingiu o local por volta das 21h da noite de sábado) e que a decisão de não tocar foi das bandas.

A produção ainda lembra que após ter garantias sobre a segurança, os outros shows previstos seguiram sem problemas. Por fim, os organizadores comunicam que estão cobrando uma posição dos grupos Miami Horror e Oh Wonder em relação ao prejuízo causado ao público. 

Como o Procon deve atuar no caso

Conforme o diretor executivo do Procon de Porto Alegre, diversas questões serão analisadas a partir de agora, já que houve uma multiplicidade de temas nas queixas recebidas. “Além de investigar as irregularidades relatadas em prejuízo da coletividade, pretendemos também dar ouvidos às reclamações individuais dos participantes do Meca Festival”, ressalta Vieira sobre a decisão de autuar os produtores.

Com relação a quem deverá ressarcir os consumidores - o Meca ou as bandas -, ele diz que será preciso estudar o ocorrido com calma. No entanto, comenta que, na maioria vezes, essa responsabilidade cabe aos organizadores e não aos artistas, já que o público comprou ingressos de um evento realizado por determinada produtora.

Vieira garante que o consumidor pode reclamar de qualquer circunstância a partir do momento que comprou o ingresso, sejam questões pré ou pós evento, e que o Procon de Porto Alegre continuará registrando queixas dos moradores da cidade sobre o caso. O Procon-RS ainda não recebeu notificações do público, mas afirma que divulgará orientações para pessoas que não residem na Capital e queiram registrar sua reclamação.

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