Paco Rabanne, o 'metalúrgico' da moda

Paco Rabanne, o 'metalúrgico' da moda

O estilista espanhol Paco Rabanne, apelidado por Coco Chanel de "metalúrgico" da moda, conquistou para si um lugar especial nesse mundo seleto, munido apenas de algumas pinças e placas de metal

AFP

O estilista ousava com materiais que não eram comuns na alta costura

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Nasceu como Francisco Rabaneda-Cuervo em 18 de fevereiro de 1934 em Pasajes, perto de San Sebastián. Sua mãe trabalhava como costureira para Cristóbal Balenciaga. Seu pai, o general Rabaneda-Postigo, estava no comando do quartel militar de Guernica durante a guerra civil espanhola. Ele foi baleado pelas tropas de Franco em 1936. Em 1939, a família buscou refúgio na França.

Rabanne estudou e formou-se em Belas Artes em Paris (seção de arquitetura). Começou desenhando acessórios, joias, gravatas e botões para Dior, Saint-Laurent e Cardin. Pouco depois, decidiu lançar-se no mundo da moda, com a ideia de introduzir novos materiais e técnicas.

Em um desfile sensacional em 1966, apresentou 12 vestidos confeccionados "com materiais contemporâneos". O desfile provocativo apresentou modelos negras na passarela pela primeira vez, dançando de pés descalços. O sucesso foi esmagador. A modelo e cantora Françoise Hardy posou naquele mesmo ano para a revista "Elle" com um maiô retangular, feito de plástico branco. Mas seus primeiros vestidos metálicos pesavam mais de 30 quilos.

Invariavelmente vestido com um roupão escuro e calças combinando, tanto no inverno como no verão, Paco Rabanne desconstruiu materiais, como o vison ou o rabo de raposa, que recortou para fazer flores. Ele usava o acetato, "tricotava" o metal para fazer suéteres e vestia suas modelos com cotas de malha.

Em 1968, assinou contrato com a marca espanhola de perfumes Puig e lançou "Calandre". Fez sucesso e essa incursão no mundo dos perfumes não só se manteve, como se tornou sua nova identidade com o tempo. Em 1986, Puig, que já tinha em seu currículo as marcas Nina Ricci e Carolina Herrera, além dos perfumes Prada e Comme des Garçons, comprou toda a marca Rabanne.

O estilista também trabalhou para o cinema. Foi responsável pelos figurinos de filmes como "Duas Ou Três Coisas Que Sei Dela", de Jean-Luc Godard, e "Barbarella", de Roger Vadim.

Em 1999, a marca abandonou a sua atividade de alta-costura para se dedicar ao prêt-à-porter, que confiou a Rosemary Rodriguez. Pouco a pouco, Paco Rabanne se afastou do design, mas continuou ligado ao mundo da moda, ao fazer parte de júris de festivais, onde gostava de se dirigir às gerações mais novas.

"Sejam ousados como éramos em nosso tempo com Pierre Cardin, Saint Laurent ou Courrèges! Sejam ousados! Busquem sem parar! Para seu fazer nome e se impor, vocês não podem copiar", explicou.


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