“Paris é uma festa”, de Hemingway, atinge topo de livros mais vendidos na França
Obra se tornou símbolo de resistência ao terrorismo após atentados na capital do país
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Utilizada como símbolo de resistência ao terrorismo, a publicação ocupa o primeiro lugar nos itens mais vendidos na Amazon regional, e a empresa anunciou que o livro está temporariamente esgotado. Muitos compram as páginas para leitura, assim como aconteceu com “Tratado sobre a Tolerância”, de Voltaire, após os ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo. Mas “Paris é uma Festa” aparece cada vez mais entre as flores colocadas como homenagem às vítimas, diante do Bataclan ou das esplanadas e restaurantes atacados, de acordo com o jornal Le Figaro.
A editora Folio, responsável pela impressão da obra, informou que a comercialização aumentou de 15 exemplares por dia para 500. “Houve uma grande elevação nesta quinta, com 1.600 cópias vendidas”, contou David Ducreux, assessor de imprensa da companhia “Também recebemos pedidos de lojas como a Fnac e a Amazon, registrando 8.500 solicitações de compra. Geralmente, vendemos 6 mil por ano”. A Fnac da estação Saint-Lazare, no oitavo distrito, por exemplo, esgotou o estoque em menos de um dia.
Publicado em francês com o título “Paris est une fête”, o livro ganhou notoriedade nos últimos dias quando uma parisiense chamada Daniele deu uma entrevista emocionada a uma rede de TV local. “É muito importante trazer flores aos nossos mortos. Também é muito importante vermos muitas vezes o livro de Hemingway, porque somos uma civilização muito antiga e elevaremos sempre os nossos valores”. Ela ainda acrescentou: "Vamos fraternizar com os cinco milhões de muçulmanos que exercem a sua religião com liberdade e gentileza, e combateremos os dez mil bárbaros que matam supostamente em nome de Alá".
"Paris é uma festa" pode ser descrito como uma homenagem a uma cidade vibrante de cultura. "Essa era a Paris da nossa juventude, onde éramos muito pobres e muito felizes", escreve Hemingway. "Paris sempre vale a pena, e retribui tudo aquilo que você lhe dê", diz ainda um trecho da obra.