Paulo Moreira e o que seria o seu último Sessão Jazz

Paulo Moreira e o que seria o seu último Sessão Jazz

Se houvesse uma Sessão de Jazz nesta semana seria em homenagem a um dos criadores da bossa nova

Correio do Povo

Se Paulo Moreira fosse apresentar o Sessão Jazz nesta semana iria fazer um especial homenageando Carlos Lyra. Paulo Moreira morreu neste domingo, 17 de dezembro, aos 63 anos

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Se nesta semana nós tivéssemos uma edição do Sessão Jazz, programa que Paulo Moreira apresentou durante quase 20 anos na FM Cultura 107.7, o apresentador Paulo Moreira iria dizer: “São 20h deste dia 17 de dezembro de 2023, temperatura de 34 graus, estamos começando o Sessão Jazz deste domingo sabe aonde, somente aqui na FM Cultura 107.7. Todos os amantes do jazz foram praticamente alfabetizados jazzisticamente ou se identificavam com as escolhas de Paulo para o programa. Em uma noite, tínhamos Art Blakey, Duke Ellington e John Coltrane e na outra já estavam lá a Ivone Pacheco, Delicatessen, Brothers Orquestra e Kula Jazz. Paulo apresentaria o programa fazendo uma homenagem a Carlos Lyra, falecido no sábado, 16, aos 90 anos, tocando quem sabe “Influência do Jazz”. Em um programa histórico sobre o 3° POA Jazz Festival, com Carlos Badia e Zuza Homem de Mello, Paulo Moreira conceituou o jazz, dizendo que ele “é um guarda-chuva, onde cabe muita coisa dentro, como o trabalho do Carlos Badia, do Renato Borghetti, do John Coltrane, esta música livre do Hermeto Paschoal e esta música livre e mais planejada do Egberto Gismonti”.

Este programa sobre Carlos Lyra seria histórico como tudo que Paulo Moreira fez em sua vida, desde cursos sobre a história do jazz e do rock no StudioClio e Instituto Ling até apresentações de eventos como o Poa Jazz Festival, que está na sua 8ª edição. Paulo Moreira foi homenageado na 2ª edição do festival. O jornalista cultural Paulo Moreira, morreu ontem aos 63 anos de idade. O velório foi realizado no Cemitério Santa Casa, onde foi realizada a cerimônia de despedida para parentes e amigos no final da tarde deste domingo. Paulinho ou Pablito, como era conhecido entre seus amigos, entre os quais me incluo, enfrentava problemas de saúde há alguns anos, a partir de problemas renais e estava internado na Santa Casa há uns 10 dias. Ele deixa duas filhas, Rafaela e Roberta, e a neta Julia.

Nos mais de 40 anos de carreira, Paulo dedicou a maior parte à produção, redação e radiodifusão de conteúdos musicais. Atuou na Rádio 102 FM, de 1994 a 1996, produzindo o programa “Jam Session”, apresentado por Ruy Carlos Ostermann. De 1997 a 1999, exerceu reportagem e crítica de música e cinema no Correio do Povo. Realizou cursos sobre História do Jazz e do Rock durante quatro anos na programação do StudioClio. Produziu e apresentou o programa Sessão Jazz na FM Cultura, por quase 20 anos, e nos últimos anos na rádio on-line salvesintonia.com, além do projeto Audições Comentadas, no Instituto Ling.

Em março deste ano, o Festival Paulo Moreira foi concebido em quatro casas de shows da Capital: Café Fon Fon, Espaço 373, Gravador Pub e Sala Jazz Geraldo Flach, com mais de 70 músicos em apresentações solo e 15 grupos instrumentais. Na época, Paulo comentou que foi surpreendido com a notícia de que os amigos organizavam um festival. Os amigos eram João Maldonado, Cássia Zanon, Cláudia Beylouni dos Santos, José Beltrame “Cusco”, Marcio Pinheiro, Marcos Abreu, Roberta Amaral e Roger Lerina.

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