Performance (d)enuncia mortes por Covid no país

Performance (d)enuncia mortes por Covid no país

“Quase-oração” ocorre de segunda a sábado, com exibição da Casa de Cultura Mario Quintana, e transmissão ao vivo pelo Instagram

Artista e diretor da CCMQ, Diego Groisman, participa da performance de hoje até sábado

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 Artistas e não-artistas participam da ação que acontece entre esta segunda-feira e dia 30 de janeiro, reunindo mais de 50 convidados, revezando-se de duas em duas horas, para contabilizar os números das vítimas fatais do Covid-19 no Brasil. “Quase-oração” será exibida de vários pontos do país, sendo a Casa de Cultura Mario Quintana, o local escolhido em Porto Alegre. A transmissão ao vivo poderá ser acompanhada do Instagram @quaseoracao, encerrando ao ser atingida a marca total dos mortos até o momento. A ação será realizada 24h por dia, ao longo de cinco dias, com a participação de pessoas de diferentes estados do território nacional, e brasileiros no exterior (Alemanha, Bélgica, Portugal, Itália, Inglaterra). Integram a ação nacional, artistas e articuladores culturais locais, como Chana de Moura, Cristina Ribas, Daniel Escobar, David Ceccon, Diego Groisman, Eduardo Montelli, Guilherme Dable, Guilherme Mautone, Izis Abreu, Juliana Proenço, Laura Cattani, Leticia Lopes, Manoela Cavalinho, Marcelo Chardosim, Paula Ramos e Rafael Pagatini, dentre outros. 

A ação artística é uma resposta diante da relativização da vida humana, fundamentada na salvaguarda capitalista da economia, vivenciada na maior crise sanitária enfrentada no Brasil e no mundo nos últimos anos. Solitária e em conjunto, a performance denuncia a impessoalidade dos números constantes nas estatísticas que dimensionam. Em trecho do texto que embasa a ação performática, afirma-se: “O som de cada número está no lugar de uma vida – irrepetível, irrecuperável – que se extinguiu. Assim, a enunciação de cada número é realizada como um cumprimento de um rito lento, longo, repetido e sistemático. Uma quase-oração de despedida por e daqueles que deram seus últimos suspiros. Que a nós - sobreviventes inquietos e perturbados pela ameaça ou iminência da perda - o som dessa contagem persiga de forma incômoda e insistente, porque a contagem, assim como a ferida, ainda está em aberto.”

 


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