Polêmico livro de memórias de príncipe Harry é colocado à venda
No Reino Unido, os primeiros exemplares foram vendidos depois da meia-noite em livrarias que abriram especialmente para a ocasião; no Brasil, "O que sobra" já está à venda
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O livro de memórias do príncipe Harry, que teve seus trechos mais bombásticos com revelações contra a família real britânica amplamente divulgados pela imprensa, chegou às livrarias do mundo inteiro nesta terça-feira, dia 10.
No Reino Unido, os primeiros exemplares do livro foram vendidos pouco depois da meia-noite em livrarias que abriram especialmente para a ocasião.
Em alguns estabelecimentos britânicos, o livro é anunciado pela metade do preço: 14 libras esterlinas, em vez de 28. No Brasil, "O que sobra" ("Spare", no título original) está a venda por R$ 74,90.
Na livraria WS Smith, na estação ferroviária Victoria, em Londres, os exemplares foram desempacotados à meia-noite em ponto, sob os olhares das câmeras de televisão.
Chris Imafidon, que trabalha no setor da educação, era o primeiro da fila. "Quero entender a perspectiva deles", disse à AFP, antes de sair com três exemplares.
Sasha Pursell, uma garçonete de 27 anos que conseguiu "evitar" "spoilers" sobre o conteúdo do livro nos últimos dias, explica que quer ler as memórias de Harry com "um novo olhar" para formar sua "própria opinião".
Sarah Nakana, uma especialista em imóveis de 46 anos, quer conhecer a história com suas "próprias palavras" e culpou a imprensa por "radicalizar" os britânicos contra o príncipe.
- "Reapropriar minha história" -
O lançamento oficial da autobiografia, traduzida em 15 idiomas, acontece nesta terça-feira, mas grande parte do conteúdo vazou quando ela foi colocada à venda por engano em algumas livrarias da Espanha com dias de antecedência.
As profundas divisões na família real britânica são expostas no livro.
WiIliam, herdeiro do trono e seu "amado irmão e inimigo jurado", é seu principal alvo. O rei Charles III, que será coroado em 6 de maio, tampouco é poupado. Também sofrem ataques Catherine, esposa de William, e Camila, a rainha consorte.
"Depois de 38 anos em que minha história foi contada por tantas pessoas com distorções e manipulações intencionais, me pareceu que era o momento certo para me reapropriar da minha história", afirmou Harry em entrevista à emissora britânica ITV.
Mas nada "foi feito com a intenção de ferir, ou de prejudicar", sua família, assegurou.
Durante o período de divulgação do livro, Harry expressou, inclusive, seu desejo de reconciliação.
O Palácio de Buckingham não reagiu às declarações do príncipe.
Outros detalhes sórdidos incluem como perdeu a virgindade com uma mulher mais velha em um campo atrás de um pub, seu uso de cocaína na adolescência, as 25 pessoas que ele matou durante suas missões militares no Afeganistão, ou a mulher, que ele se abstém de chamar de "médium", que lhe permitiu entrar em contato com sua falecida mãe.
Os britânicos podem estar demonstrando um cansaço com as revelações de Harry e de sua mulher, Meghan Markle, onipresentes na mídia há semanas. Segundo uma pesquisa do instituto YouGov, 64% dos britânicos têm uma imagem negativa do filho caçula do rei Charles III.