Potência feminina e amizade infantil

Potência feminina e amizade infantil

Com ‘Tár’, ‘Entre Mulheres’ e ‘Close’ entre as estreias, aumenta presença do Oscar nos cinemas

Marcos Santuário

Cate Blanchet em cena do filma "Tár"

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A atenção entre as estreias ganha força com novos filmes que estão na corrida pelo Oscar 2023. Um destes destaques é o longa “Entre Mulheres”, dirigido pela canadense Sarah Polley. O drama conta com as excepcionais atuações de Rooney Mara, Claire Foy, Frances McDormand e Jessie Buckley. Aplaudido na edição de 2022 do Festival Internacional de Cinema de Toronto (Tiff), colocou a plateia de pé para aplaudir à jovem cineasta. Nos emocionamos. Na história, oito mulheres vivem junto a outras cem colegas em uma comunidade religiosa em uma vila. Lá sofrem violências, durante a noite, pelos homens. Prática realizada há anos pelos malfeitores, ampara-se em uma ideia de que “essas mulheres estão sendo punidas pelos seus pecados”. A tensão e as descobertas que se seguem conferem uma densidade narrativa e força cinematográfica elogiáveis.

Entre a consciência e a decisão, as mulheres olham para o passado, refletem seu presente e imaginam um futuro diferente. A própria diretora se mostrou feliz com o resultado e disse que o filme foi a primeira coisa que ela quis dirigir em anos. Escrito e dirigido pela própria Polly, “Entre Mulheres” ganhou elogios da autora do livro, Miriam Toews, que se disse comovida em ver o empenho da diretora com a história, e definiu Polly como “uma cineasta muito íntegra”. A produção ganha potência nas atuações de Claire Foy, Rooney Mara, Judith Ivey e de Frances McDormand.

Outra das novidades, e que concorre a estatuetas do Oscar deste ano é “Tár”, com direção do norte-americano Todd Field. Estrelado pela potente Cate Blanchett, vencedora do Globo de Ouro por sua atuação no filme, o drama trata do universo da genialidade artística, com toque de escândalo no estilo #MeToo, em uma vida de altos e baixos. A trama apresenta a renomada maestrina/compositora Lydia Tár, vivida por Cate, com o vigor narrativo desta que foi a primeira diretora musical feminina da Filarmônica de Berlim. 

Para viver a personagem Cate teve de aprender a falar alemão, reger uma orquestra e tocar piano. Lydia é uma pioneira, virtuosa e apaixonada que acaba liderando o caminho na indústria da música clássica, até então dominada por homens. Em meio a esta vivência, se prepara para lançar suas memórias enquanto tenta conciliar trabalho e família. Vive, ainda, uma desafiante gravação ao vivo da “Sinfonia nº 5”, de Gustav Mahler. Como se não bastasse, a trama também coloca em cena forças que ela não pode controlar, gerando um jogo de revelação de segredos sujos em meio à natureza corrosiva do poder.

Já o tema da amizade está no centro do longa “Close”, que também chega aos cinemas hoje. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o filme de Lukas Dhont venceu o Grand Prix no último Festival de Cannes. Também recebeu indicações para melhor filme em língua não inglesa no Globo de Ouro, melhor filme em língua estrangeira no Critics Choice Awards e melhor filme europeu, no European Film Awards 2022.


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