Prêmio Jacarandá reconhece livreiros na Feira

Personagens fundamentais na história da Feira do Livro, um dos eventos culturais mais queridos dos gaúchos, os livreiros e suas bancas tiveram nesta terça-feira o reconhecimento do Correio do Povo e da Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), na entrega do 1º Prêmio Jacarandá. No saguão do Museu de Artes do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, três editores das áreas geral, infantojuvenil e internacional conquistaram a láurea com base nos quesitos apresentação visual, condições de acessibilidade, oferta de livros, apresentação e atendimento, promoções e envolvimento com a programação.

Na área internacional, a banca da Livraria Francesa foi a vencedora e o prêmio foi recebido pelo editor Daniel Moretto. Entre as concorrentes do setor infantojuvenil, o troféu foi entregue a Felipe Ferrarin Furtado, da Editora FTD. Já na área geral, ganhou a Editora Belas Letras, representada pelo editor Gustavo Guertler. “Pela primeira vez, se reconhece toda a cadeia do livro e não apenas o escritor. Isso será um grande estímulo para as próximas edições” comemorou Guertler.

O presidente da CRL, Isatir Bottin Filho, diz que a iniciativa é inovadora e que certamente trará uma maior qualidade para a Feira do Livro. “Nós já temos um evento ajustado em tamanho, queremos melhorar a beleza, o conforto e o acolhimento a quem visita. Este prêmio será uma forma de alcançar isso.” Ele lembrou que a Feira tem mantido a média de 105 tendas a cada ano.

Para o Correio do Povo, entregar o Prêmio Jacarandá significa estar ainda mais perto da comunidade e valorizar a cultura e a educação. O diretor presidente do Correio do Povo, Sidney Costa, salientou que o jornal esteve presente na Feira desde o seu início e nos últimos anos com a realização da oficina de jornalismo para os estudantes. “Criar este prêmio coloca o Correio do Povo em uma posição de protagonismo”, destacou.

Patrono da Feira do Livro de 2015, o escritor Dilan Camargo ressaltou que estava mais do que na hora de se festejar os livreiros, segundo ele, os verdadeiros heróis da Feira. “São eles que lutam para não sucumbir às dificuldades e manter as identidades de suas livrarias, num mercado cada vez mais complicado”, afirma o escritor. O dono da pequena livraria, completa Dilan, é que “sabe ler o leitor” e entender aquilo que ele deseja.

Personagem especial

Sob aplausos muito emocionados da comunidade literária, subiu ao palco para receber o destaque especial do 1º Prêmio Jacarandá, no Margs, uma “lenda” da Feira do Livro: a professora, editora, funcionária pública aposentada e coordenadora há cinco anos da área de informações da Feira na Praça da Alfândega, Nóia Kern.

Aos 71 anos, Nóia participa da Feira do Livro há nada menos do que 28 edições. Já trabalhou em todas áreas, incluindo as de literatura infantil e infantojuvenil. Professora de português e literatura, atualmente ela atua de forma autônoma, assessorando escritores e mediando encontros em que o livro seja o personagem principal.

Surpresa, Nóia recebeu o troféu das mãos do diretor presidente do Correio do Povo, Sidney Costa. “Eu realmente não esperava essa homenagem. É uma coisa maravilhosa”.