Presidente da Netflix admite "situação delicada" com Cannes
Filmes da plataforma streaming foram excluídos do festival
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A companhia, que contabiliza 125 milhões de assinantes no mundo, disse que estaria disposta a autorizar a estreia de seus filmes nas salas francesas, mas que não garantia o prazo de 36 meses. "Nos veem como agitadores, e às vezes cometemos erros", reconheceu Reed Hastings, cofundador e presidente da Netflix, durante um debate no festival "Series Mania" em Lille, no norte da França. "Acho que com o Festival de Cannes chegamos a uma situação mais delicada do que queríamos. Adoramos o Festival de Cannes, vamos há muitos anos, este ano temos ainda alguns compradores. O festival quer encontrar realmente um modelo que funcione para eles e para nós, e isso acabará ocorrendo", acrescentou.
Hastings assegurou que a Netflix não tenta "sacudir" o sistema do cinema. Mas "como nossos assinantes financiam nossos filmes, queremos que tenham acesso a eles rapidamente, e não três anos depois". "Tratamos nossos filmes como nossas séries, as produzimos diretamente para nossos assinantes e eles não estreiam nos cinemas", acrescentou. Para o CEO da Netflix, as plataformas não competem com as salas de cinema: "É como cozinhar em casa, o que não impede de ir às vezes ao restaurante". No entanto, ele admite que "a regulação é crucial". "Temos que encontrar como trabalhar nas regras do sistema. É nossa responsabilidade", concluiu.