Presidente da Netflix admite "situação delicada" com Cannes

Presidente da Netflix admite "situação delicada" com Cannes

Filmes da plataforma streaming foram excluídos do festival

AFP

Presidente da Netflix se pronunciou durante a primeira edição do evento "Serie Mania"

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O presidente da Netflix, Reed Hastings, admitiu nesta quinta-feira que a plataforma às vezes comete erros e que se encontra em uma "situação delicada" com o Festival de Cannes, onde nenhum de seus filmes foi selecionado este ano por falta de acordo. Diferentemente da edição 2017, o Festival de Cannes 2018 (que será realizado de 8 a 19 de maio) decidiu que, para os filmes selecionados, fosse respeitado um prazo de três anos entre a estreia da produção nas salas e a distribuição a seus assinantes. A Netflix decidiu, então, boicotar o prestigiado evento do cinema.

A companhia, que contabiliza 125 milhões de assinantes no mundo, disse que estaria disposta a autorizar a estreia de seus filmes nas salas francesas, mas que não garantia o prazo de 36 meses. "Nos veem como agitadores, e às vezes cometemos erros", reconheceu Reed Hastings, cofundador e presidente da Netflix, durante um debate no festival "Series Mania" em Lille, no norte da França. "Acho que com o Festival de Cannes chegamos a uma situação mais delicada do que queríamos. Adoramos o Festival de Cannes, vamos há muitos anos, este ano temos ainda alguns compradores. O festival quer encontrar realmente um modelo que funcione para eles e para nós, e isso acabará ocorrendo", acrescentou.

Hastings assegurou que a Netflix não tenta "sacudir" o sistema do cinema. Mas "como nossos assinantes financiam nossos filmes, queremos que tenham acesso a eles rapidamente, e não três anos depois". "Tratamos nossos filmes como nossas séries, as produzimos diretamente para nossos assinantes e eles não estreiam nos cinemas", acrescentou. Para o CEO da Netflix, as plataformas não competem com as salas de cinema: "É como cozinhar em casa, o que não impede de ir às vezes ao restaurante". No entanto, ele admite que "a regulação é crucial". "Temos que encontrar como trabalhar nas regras do sistema. É nossa responsabilidade", concluiu.

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