Problemas técnicos atrapalham show de Lauryn Hill em Porto Alegre

Problemas técnicos atrapalham show de Lauryn Hill em Porto Alegre

Dificuldades na apresentação, realizada no Pepsi on Stage, se estenderam até a última música

Carlos Corrêa

Lauryn Hill se apresentou nessa quarta-feira em Porto Alegre

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Lauryn Hill não se apresentava em Porto Alegre desde 2007, quando subiu ao palco do Pepsi on Stage no Dia dos Namorados daquele ano. Os relatos de quem foi aquele espetáculo, assim como as matérias da época, dão conta de que problemas de acústica do local acabaram atrapalhando o show, que ficou abaixo do esperado. Nessa quarta-feira à noite, quase 12 anos depois, a cantora norte-americana voltou à capital gaúcha, no mesmo Pepsi on Stage, para a turnê de 20 (agora já 21) anos do seu aclamado álbum de estreia, “The Miseducation of Lauryn Hill”, de 1998. O carisma da artista permanece inalterado e o repertório trouxe tudo que os fãs esperavam. O problema é que pelo visto Porto Alegre não dá sorte com a cantora ou vice versa e mais uma vez problemas técnicos impediram que o espetáculo alcançasse um outro nível.

Hill pisou no palco com 40 minutos de atraso, mas isso nem de longe foi um problema para o público que a esperava pacientemente e empolgado. Acompanhada de uma banda com outros oito músicos, a cantora surgiu com uma peruca/capacete amarela e logo emendou dois hits do disco de 1998: “Lost Ones” e “Everything is Everything”. A todo momento, Hill sinalizava para a equipe técnica como que reclamando do volume do retorno. Por se tratar de um problema corriqueiro em shows, era de se esperar que logo em seguida fosse resolvido. Mas não. Com dificuldade para se ouvir ou ouvir a banda, ela gesticulava a todo momento, em uma rotina que se estendeu até a última música, passando por sucessos dela (“Ex-Factor”, “Can’t Take my Eyes Off Of You”) e do Fugees (a ótima “Ready or Not” e “Fu-Gee-La”, que encerrou a noite). As expressões dos outros músicos no palco evidenciavam que alguma coisa não corria como no script e nem mesmo as tentativas em vários momentos de reorganizar o show funcionaram.

Para os fãs menos atentos, aqueles que estavam mais interessados em uma selfie para publicar no Instagram, tudo bem. Para os demais, era visível que o problema técnico estava segurando o espetáculo e a sensação era quase de aflição em ver que Hill não conseguiria trocar o pneu daquele carro em movimento. “Ela não para de reclamar, deve estar muito pistola”, comentou com o namorado uma menina que estava atrás de mim na pista. É bem possível.

Para completar as dificuldades, ao que tudo indica, Lauryn Hill também estava resfriada, a levar em consideração as frequentes tossidas entre uma canção e outra e o lenço que levava ao nariz o tempo todo - a cantora chegou a se desculpar pela voz no encerramento. O alcance vocal da artista, aliás, continua lá, como ela demonstrou em vários momentos. O que a gripe talvez tenha prejudicado foi o fôlego, que se refletiu nos trechos em que as músicas eram mais faladas do que propriamente cantadas - e infelizmente o hit “Killing me Softly” entrou nesta conta. O maior problema é que some-se as questões técnicas e o aparente resfriado e a consequência foi que Hill acabou se conectando de fato em poucos momentos com o público, já que parecia insatisfeita em não poder entregar o que todo artista planeja. Uma pena, visto que o repertório era exatamente o que todos os fãs esperavam e, mais de 20 anos depois, continua funcionando como em 1998. Resta torcer que Hill e Porto Alegre se deem uma nova chance e que ambas tenham mais sorte na próxima.


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