Pujol Filho lança “Não, não é bem isso”, nesta segunda

Pujol Filho lança “Não, não é bem isso”, nesta segunda

Escritor autografa sua quarta obra na Taverna, a partir das 19h

Correio do Povo

Lançamento de obra de Pujol filho acontece nesta segunda

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O escritor Reginaldo Pujol Filho está lançando o seu quarto livro, com o sugestivo título de “Não, não é bem isso”, e a noite de autógrafos em Porto Alegre está marcada para esta segunda-feira, a partir das 19h, na Livraria Taverna (rua Fernando Machado, 370), bairro Centro. Saindo pelo selo Não Editora, braço da Dublinense para a literatura brasileira de ficção, o conjunto de experiências narrativas transita por uma vontade incontornável de querer começar do zero após cada ponto final. E, diante de um mundo onde dizem que tudo já foi dito, que tudo já foi tentado, a cada novo texto Reginaldo segue a busca por uma forma diferente. “Quando estava selecionando os contos para o livro, acabou me dando um cansaço deste projeto de livro de contos, que precisa ter uma unidade temática, contos que falam de história, de guerra, de luz. São textos escritos entre 2008 e 2017. Comecei a perceber que os textos deviam estar lá pela diferença, que cada conto parecesse escrito por um outro autor, como uma anti-unidade, um anti-projeto de livro”, ressalta Pujol Filho.  

O resultado é uma diversidade de formatos e estilos, o que impressionou o contista Sérgio Sant'Anna: "sem nenhum exagero, é das melhores coisas que li de literatura brasileira nos últimos tempos. Chega a espantar-me que alguém possa ter alcançado esse nível de enredo e linguagem”.  “É um livro diferente dos outros três. Em O Azar do Personagem há um conto que fecha todos os outros; em Quero Ser Reginaldo Pujol Filho, cada conto era uma homenagem a um escritor; e em Só Faltou o Título, havia conceitos de literatura na narrativa”, explica Pujol.

Nos últimos seis anos, Pujol aprofundou os estudos de literatura concluindo um mestrado e um doutorado em Escrita Criativa, curso em que discutiu várias formas radicais no uso da língua dentro de uma narrativa. "Reparando no que eu estava escrevendo, comecei a gostar dessa unidade da diferença. A vida é divergente o tempo inteiro. Quero reunir contos pela diversidade e não pela semelhança", observa Reginaldo, que não tem contas de Facebook, Instagram ou whatsapp, mantendo apenas um Twitter sazonal.  “Não ter Facebook ou whatsapp me dá um certo distanciamento. Consigo ver os mecanismos destas redes sociais, o que causam nas pessoas. Somente nas eleições do ano passado, é que acabei usando meu Twitter para me posicionar mais. Parece que eu sou o estranho por não estar nas redes. O normal parece ser estar, mas acho que o normal é poder ter escolha”, defende-se.

Dois contos chamam a atenção no conjunto de 12 textos, o que abre o livro, “Ideias que podem aparecer na cabeça de um sujeito sentado em uma cadeira” e “Jorge, Enriques, seus personagens”. O primeiro foi escrito em 2017, portanto o mais recente do conjunto, e o segundo faz uma referência de que Jorge Luis Borges estaria vivo ainda em 2012, com 113 anos, sendo o cara por trás do pensamento de Enrique Vila-Matas. “Sobre o Ideias, muitos fizeram referência ao Rubem Fonseca, mas não pensei nele ao escrever. Na verdade, eu estava no ônibus T9, voltando da PUCRS, e vi como as pessoas ignoravam um segurança sentado em uma cadeira de ferro defronte a uma mostra de Arquitetura e Decoração. Este desdém me motivou a escrever o que este sujeito poderia e pensar e fazer a respeito”, explica Pujol.  Sobre o outro conto, revela que é bastante satírico e reforça a ideia que ele tem e que muitos não repercutem na crítica e na academia, de que Vila-Matas é releitor de Borges. Em vez de fazer um ensaio sobre o tema, resolvi fazer uma narrativa de Borges ainda vivo como o cara por trás  do pensamento de Vila-Matas”, finaliza. 


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