Queermuseu recebe 14 mil pessoas em dez dias e supera expectativas

Queermuseu recebe 14 mil pessoas em dez dias e supera expectativas

Exposição foi fechada em Porto Alegre em 2017 após manifestações contra conteúdo das obras

Agência Brasil

Queermuseu recebe 14 mil pessoas em dez dias e supera expectativas

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Dez dias depois da inauguração na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, no Rio de Janeiro, a exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira" superou as previsões de público ao receber 14 mil visitantes desde 18 de agosto. A exposição estreou em Porto Alegre em agosto de 2017, no Santander Cultural. Após acusações de pedofilia e zoofilia na internet e diversas manifestações em frente ao museu, o Santander decidiu fechar a exposição. "O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia. Nosso papel, como um espaço cultural, é dar luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros para gerar reflexão" publicou a instituição em nota.

Segundo o diretor da EAV, Fabio Szwarcwald, o total de visitantes pode chegar a 60 mil até o fim da temporada, em 16 de setembro. "Tínhamos uma expectativa de umas 30 mil pessoas, e a gente acha que deve dobrar. Devem vir umas 60 mil pessoas ou mais para ver a exposição", disse o diretor, que afirmou que o número supera qualquer exposição já recebida pelo Parque Lage. "Isso mostra a importância de promover cultura, promover diversidade".

A exposição foi viabilizada por uma campanha de doações online (crowndfunding) que arrecadou R$ 1,081 milhão com a contribuição de mais de 1,6 mil pessoas. A mobilização foi um esforço para reabrir a exposição depois que ela foi fechada pelo Santander Cultural em 2017, em meio a ataques de setores conservadores que acusavam a mostra de promover a pedofilia e a zoofilia.

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Após o fim antecipado, os produtores chegaram a negociar com o Museu de Arte do Rio (MAR), que é ligado à prefeitura, mas acabou vetada pelo prefeito Marcelo Crivella. Fabio Szwarcwald conta que o público - depois de conferir obras de artistas como Adriana Varejão, Bia Leite, Cândido Portinari e Lygia Clark - se surpreende com a polêmica gerada à época. "As pessoas ficam muito impressionadas com o que elas veem e até surpresas", diz, afirmando que a exposição foi muito difamada, mas pouco vista. "Elas não veem nada que fizesse sentido para todo esse movimento conservador."

Brasil

No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, lembrado nesta quarta-feira, a exposição é uma opção para ter contato com a obra de artistas que abordaram a temática. "A exposição é muito mais potente quando você vê o conjunto das obras reunidas nesse espaço. Você tem obras da Bia Leite, obras do Alair Gomes, e de outros artistas que orbitam sobre esse tema. O nosso grande diferencial foi reunir todas essas pessoas para trabalharem juntas". Além da exposição, o Parque Lage sedia uma programação de atividades culturais e debates com foco na diversidade. Na próxima quinta-feira, o espaço sediará um debate sobre Estudos Queer, com Amara Moira, Helder Thiago Maia, Jaqueline Gomes de Jesus e Simone Rodrigues.

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