Reflexão e ações culturais no Dia do Índio

Reflexão e ações culturais no Dia do Índio

Nesta data, a Secretaria de Estado da Cultura realiza atividades de reflexão que seguem até dia 23, enquanto a produção de longa-metragem realiza debate

Filme ‘A Última Floresta’ retrata um grupo yanomami isolado, que vive ao Norte do Brasil e ao Sul da Venezuela

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O Dia do Índio, celebrado oficialmente neste 19 de abril, é um convite à reflexão sobre as reais condições da população indígena no Brasil, pois a data não traduz os anseios dos povos originários. A data, criada no país em 1943 pelo decreto 5.540, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, não é bem vista por lideranças indígenas e militantes, que consideram a efeméride preconceituosa e carregada de estereótipos. Diante desse contexto, a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) promoverá, nas redes sociais, uma série de atividades que integram a programação intitulada “Repensando o 19 de abril - uma reflexão sobre as contradições desta data”. De hoje até sexta, 23, serão publicadas exposições, debates, shows musicais e vídeos com depoimentos de lideranças indígenas e especialistas. “A verdadeira reflexão sobre a causa indígena exige, sobretudo, ouvir o que essa população tem a dizer. Ninguém melhor do que eles, os índios, para falar o que representa o 19 de Abril”, afirma a assessora de Diversidade da Sedac, Clarissa Lima.
A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, ressalta a importância da ação que oportuniza a análise, a reflexão e a compreensão sobre os povos indígenas. “As tradições, os ritos e os saberes dos povos originários se confundem com a riqueza da formação cultural gaúcha. Reconhecer, aprender e valorizar essa vasta e diversificada cultura e suas manifestações é o principal objetivo da proposta Repensando o 19 de abril”, explica. 
A data surgiu a partir de um protesto dos povos indígenas do continente americano, em 1940, quando um Congresso organizado no México se propôs a debater medidas para proteger esses povos no território. Inicialmente, os indígenas boicotaram o evento mas, no dia 19 de abril, participaram das discussões. Por conta disso, a data foi escolhida para celebrar o Dia do Índio. 

Para refletir sobre a data, a equipe da produção do longa-metragem “A Última Floresta” promove debate hoje, às 19h30min, com Davi Kopenawa, Sonia Guajajara, Ailton Krenak e o diretor Luiz Bolognesi. A produção da Gullane e Buriti Filmes dirigida por Bolognesi estreou no Brasil neste domingo, no festival É Tudo Verdade. O longa escrito pelo diretor em parceria com Davi Kopenawa Yanomami terá o debate exibido no Youtube do Instituto Socioambiental (ISA), o Twitter do @GreenpeaceBR e no Facebook da Gullane. 
Luiz Bolognesi participa do bate-papo com três lideranças indígenas: o xamã e escritor Davi Kopenawa Yanomami, autor do livro “A queda do céu: palavras de um xamã yanomami”; a coordenadora executiva da APIB e cofundadora da ANMIGA, mestra em Cultura e Sociedade, Sonia Guajajara e o ambientalista, filósofo, poeta e escritor Ailton Krenak, autor de “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”, um dos livros mais vendidos da Flip 2019. A mediação será feita pela antropóloga Lídia Montanha Castro, consultora do Instituto Socioambiental (ISA). “A Última Floresta” retrata o cotidiano de um grupo yanomami isolado, que vive em um território ao Norte do Brasil e ao Sul da Venezuela há mais de mil anos. O xamã Davi Kopenawa Yanomami busca proteger as tradições de sua comunidade e contá-las para o homem branco que, segundo ele, nunca os viu, nem os ouviu.

 


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