Renoir roubado pelos nazistas é devolvido à neta do dono
Sylvie Sulitzer recebeu trabalho das autoridades americanas durante cerimônia no Museu do Patrimônio Judeu
publicidade
Sylvie Sulitzer, a última herdeira de seu avô Alfred Weinberger, um destacado colecionador de arte no pré-guerra de Paris, recebeu o trabalho das autoridades americanas durante uma cerimônia no Museu do Patrimônio Judeu em Nova Iorque.
Apesar de Sulitzer ter conhecido seu avô, ela não tinha ideia da existência do Renoir desaparecido até que um escritório de advogados alemão, especializado na recuperação de arte saqueada pelos nazistas de famílias judias, a contactou no começo de 2010. "Estou muito grata por poder mostrar à minha querida família, onde quer que estejam, que depois de tudo o que passaram houve justiça", disse Sulitzer. Outras quatro obras de Renoir e uma de Delacroix, que também pertenciam a seu avô, devem ainda ser recuperadas.
Os nazistas roubaram o quadro em dezembro de 1941 da abóboda de um banco onde Weinberger armazenou sua coleção quando fugiu de Paris, no começo da Segunda Guerra Mundial. Depois que a paz retornou à Europa, Weinberger por décadas tentou recuperar suas obras, registrando sua reclamação às autoridades francesas em 1947 e às alemãs, em 1958.
As autoridades americanas asseguraram que o Renoir ressurgiu pela primeira vez em uma venda de arte em Johannesburgo em 1975, antes de chegar a Londres, onde foi vendido novamente em 1977. Foi colocado à venda por mais uma vez em Zurique, Suíça, em 1999. Somente quando foi colocado a leilão por um colecionador privado na Christie's em Nova York, a casa de leilões chamou o FBI.
Seu "dono" anterior eventualmente concordou em renunciar à pintura. Acredita-se que cerca de 100 mil peças de arte e milhões de livros foram roubados de judeus franceses e de judeus que viajaram à França antes de começar a ocupação nazista, em 1940. Os aliados encontraram cerca de 60 mil das obras de arte desaparecidas na Alemanha e as devolveram à França.