Resgate, drama e premonição na tela

Resgate, drama e premonição na tela

Entre as novidades desta quinta-feira nos cinemas estão ‘um Animal Amarelo’ e ‘Homem Onça’

Marcos Santuario

Um Animal Amarelo'. escrito e dirigido pelo carioca Felipe Bragança. saiu do Festival de Gramado com cinco Kikitos

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O Brasil se impõe nas telas dos cinemas a partir de hoje com estreias. Uma delas é do provocativo "Um Animal Amarelo", escrito e dirigido pelo carioca Felipe Bragança, e que já percorreu um caminho de sucesso por festivais internacionais e nacionais. Foi visto em Roterdã, no lndielisboa e, no Brasil estreou no Festival de Gramado de 2020. Da serra gaúcha saiu com cinco Kikitos: Melhor Atriz para Isabel Zuaá, Melhor Ator (menção especial) para Higor Campagnaro, Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro e Melhor Filme. Vale correr para os cinemas hoje pois, amanhã, sextafeira, a produção estreia em plataformas de streaming

"Um Animal Amarelo" coloca na tela a história de Fernando, um jovem e falido cineasta brasileiro que cresceu assombrado pelas memórias violentas de seu avô, um homem de origem portuguesa obcecado por riqueza e glória. A trama o leva a tentativa de fazer um filme sobre seu antepassado e é quando surgem na narrativa fontes culturais entre as quais está o Modernismo brasileiro dos anos 1920 e o Tropicalismo dos anos 1970.

Filmado no Brasil, Portugal e Moçambique, "Um Animal Amarelo" reúne a inquietação do diretor sobre questões de identidade individual e coletiva. Com produção da carioca Marina Meliande e de Luís Urbano, produtor português de diretores como Miguel Gomes e Manoel de Oliveira, traz no elenco Higor Campagnaro, Herson Capri, Thiago Lacerda e Sophie Charlotte.

Também chega aos cinemas "Homem Onça", de Vinícius Rei, recém exibido no Festival de Cinema de Gramado deste ano. A trama do filme, que conta com atuação protagônica do talentoso ator Chico Diaz, se dá no Rio de Janeiro, durante a segunda metade dos anos 1990. Reconhecida como a "era das privatizações", é exatamente o contexto no qual o personagem de Diaz vive. Ele é Pedro, e trabalha em uma grande empresa estatal, que está em vias de privatização. As pressões inerentes ao processo o levam a enfrentar os efeitos colaterais do fato em construção. Um deles é ter que demitir sua equipe e antecipar a sua aposentadoria, contra a vontade. O roteiro tem as mãos do diretor, junto com as de Flavia Castro e de Fellipe Barbosa. O resultado é um filme pessoal, que dialoga com cinematografias como a de Ken Loach, para ir fundo em narrativas sobre medos e desejos no universo urbano da classe média brasileira". Não a toa, no filme, Pedro aposentado e com uma doença na pele, se separa da família e retorna à sua pequena cidade natal, no interior carioca. E onde a onça que dá título ao filme, ressurge de sua infância para produzir reflexões do presente.

Outra estreia de hoje nas telonas é do longa gaúcho "Nuvem Rosa", com direção de Iuli Gerbase. A trama do filme flerta com a pandemia, que veio depois da obra estar pronta. Mostra uma nuvem rosa tóxica que surge em diversos países, forçando todos a ficarem confinados. A obra, de certa forma, antecipa atual momento da proliferação mundial da Covid-19 e algumas consequências humanas e sociais decorrentes da pandemia. O que sobressai são os aspectos surrealistas do acontecimento, levantando questões sobre os conflitos que surgem quando perde-se a liberdade.


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