Revista americana Newsweek será exclusivamente digital no fim de 2012
Edição na internet e meios móveis terá uma assinatura paga
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Esta mudança "é acompanhada de uma realidade sombria", escreveram ambos em um comunicado dirigido pouco antes aos funcionários do grupo, anunciando a redução dos postos de trabalho nos Estados Unidos e no exterior.
"Nosso setor se vê cada vez mais afetado pelas dificuldades da publicidade no setor da edição (de jornais)", afirmam no comunicado intitulado "Uma página é virada para a Newsweek".
A Newsweek, que durante décadas manteve uma feroz competição com sua rival Time, esteve perdendo dinheiro a um ritmo constante. "Para nós, alcançamos um momento crítico onde não podemos chegar aos nossos leitores mais do que em um formato totalmente digital da forma mais eficaz. Este não era o caso há dois anos. Mas será cada vez mais certo nos próximos anos", continua o comunicado, lembrando que, segundo um estudo recente do instituto Pew, 39% dos americanos declaram se informar na internet e dizendo que o The Daily Beast registra 15 milhões de visitantes únicos todos os meses.
Público móvel
A revista digital, batizada como Newsweek Global, será uma edição única e mundial destinada a um público "líder em opinião altamente móvel" e que deseja saber sobre os acontecimentos mundiais em um contexto sofisticado, afirmou Brown. "Estamos fazendo uma transição na Newsweek, não dizendo adeus (...). Esta decisão não tem nada a ver com a marca ou o jornalismo, que está mais forte do que nunca. É sobre os desafios econômicos da edição impressa e sua distribuição", afirmou a editora.
A edição estará na web e também em tablets por meio de uma assinatura paga, com "seleção de conteúdo", disponível no site The Daily Beast.
Barry Diller, diretor e chefe-executivo do conglomerado IAC (InterActiveCorp), empresa que administrava a empresa conjunta da Newsweek/Daily Beast desde sua união, em 2010, assegurou que estavam vendo novas opções, agora que as duas companhias saíram do negócio.
O jornal The Washington Post vendeu anteriormente a revista Newsweek ao multimilionário da Califórnia Sidney Harman por um dólar em 2010, pouco antes da fusão, conhecida familiarmente como "Newsbeast". Após a morte de Harman, em 2011, sua família parou com as contribuições financeiras.
Lançada em 1933 por um ex-jornalista da revista Time, o semanário, como muitas outras revistas e periódicos americanos, lida há muito tempo com uma forte queda das receitas da publicidade impressa, com uma circulação em constante queda e com a migração dos leitores para sites de internet de notícias grátis. Sua circulação caiu de mais de 4 milhões de exemplares há uma década para 1,5 milhão no ano passado, segundo números do Escritório de Auditoria da Distribuição, retomados por um estudo do Pew sobre jornalismo.
Especialistas consideram que outras publicações similares podem ter o mesmo destino. Para Rebecca Lied, do Altimeter Group, o desaparecimento da edição em papel da Newsweek "é sintomática (das dificuldades) do formato" dos semanários de informação geral e a "Time Magazine pode ser a próxima na lista".