Robson Santos: um valente na arte e na vida

Robson Santos: um valente na arte e na vida

Ator com 45 anos e mais de 20 de carreira está no elenco da 8ª temporada da série "Reis" e atua em dois filmes que serão lançados até o final do ano

Luciamem Winck

Robson Santos: "Sempre tive o sonho de ministrar um curso gratuito para todos aqueles que desejassem ter contato com a arte".

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om 45 anos e mais de 20 de carreira, Robson Santos está no elenco da 8ª temporada de “Reis”, na Record, como Zeleque. Em breve, poderá ser visto no cinema em “Uma fada veio me visitar” e “Mallandro – o errado que deu certo”. Formado em Artes Cênicas pela CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e em Jornalismo pela PUC-Rio, o artista ministra, desde 2019, uma oficina gratuita de interpretação em uma escola pública, no bairro do Rio Comprido, no Rio. Na Record, já esteve no elenco de “Gênesis”, “O rico e o Lázaro”, “Os dez mandamentos” e “Vitória”. O artista também já atuou no cinema em filmes como “Vai que cola”, “Tudo por um pop star” e “Cidade dos homens”.

No Instagram, demonstraste que a amizade e a parceria entre os atores que interpretam os valentes do Rei Davi vai além das cenas da série. Nasceram nas gravações amizades para toda a vida?

É algo real. Agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de poder viver do meu ofício. Lindas portas sempre se abrem e Reis foi uma delas. No entanto, valorizo também as relações construtivas e positivas que são feitas no meio desse trajeto. Nesse trabalho, conheci pessoas maravilhosas, que desejo levar para a vida, de forma genuína. Suamos, ensaiamos, aprendemos, treinamos, esperamos, rimos, gargalhamos e fomos para o ação juntos. Vibramos uns pelos outros, ajudamos uns aos outros e cuidamos uns dos outros. Uma conexão sincera foi estabelecida nesse processo e acho difícil ela se quebrar daqui por diante.


Aos 45 anos, mais de 20 deles dedicados à carreira, vives um momento especial? Por quê?
Acredito que fazer parte de um projeto grandioso como “Reis”, interpretando um personagem significativo e solar como Zeleque e trabalhando com uma equipe tão bacana, é motivo de pura celebração. Meu maior presente profissional em 2023.


É verdade que oras antes de entrar em cena? A oração é um estímulo?
Em cada trabalho, antes de entrar em ação, sempre oro a Deus, para que proteja a mim e meus companheiros. Me concentro e, do meu jeitinho, troco uma ideia sincera com ele, para que tudo possa correr da melhor maneira possível para todos nós. Sinto paz e confiança de que tudo dará certo e que todo imprevisto, caso surja, será superado.


O que há de semelhança entre você e Zeleque?
Zeleque é amigo dos amigos, leal, honesto, família, professor, guerreiro de batalhas e enfrenta gigantes. Vejo tais características em mim. Mais um motivo para considerar esse trabalho tão especial.

Chegaste a trocar alguma ideia com Felipe Silcler, que interpretou Zeleque nas temporadas anteriores?
Felipe fez um trabalho extraordinário. Estava nas temporadas anteriores e construiu um personagem carismático e querido por todos. Quando cheguei para o processo de preparação, me recebeu com muita alegria. Infelizmente, devido ao ritmo frenético de gravações dele e à intensidade dos meus ensaios e treinamentos, não conseguimos conversar por muito tempo a respeito do valente. Uma conversa mais aprofundada sobre Zeleque foi com o meu preparador Leandro Baumgratz, que apontou caminhos de como continuar o personagem, na oitava fase.


Fale um pouco sobre as oficinas gratuitas de interpretação em uma escola pública no Rio Comprido. 
Sempre tive o sonho de ministrar um curso gratuito para todos aqueles que desejassem ter contato com a arte. Sou formado pela CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), já trabalhei e trabalho com atores fantásticos e vi a possibilidade de repassar isso a quem desejasse. Então, em 2019, consegui um espaço na Escola Herbert de Souza. E desde então, uma vez por semana, fazemos um encontro, com improvisações, imaginação, jogos teatrais, execução de cenas etc. Lá, todas as idades são bem-vindas. Cobro apenas comprometimento, disciplina, presença e espírito de grupo. O resultado, segundo relato de muitos alunos participantes, é a diminuição da timidez, melhoria na oratória, na escrita, na leitura, no senso crítico, na disciplina, no respeito ao próximo, entre outros aspectos.


No teu currículo, constam trabalhos em novelas da Record, como “Gênesis”, “O Rico e Lázaro”, “Os Dez Mandamentos” e “Vitória”, além de "Reis". Quais trabalhos foram mais desafiadores?
Todos apresentam o seu desafio. Confesso que o maior de todos foi interpretar Zeleque, um habilidoso guerreiro. Precisei mergulhar de cabeça nas aulas de luta e espada e aprender a montar a cavalo, o que oi possível com o auxílio imprescindível da equipe Impacto Dublês. Fiz questão de estar em todas as aulas, o que gerou maior confiança para interpretar esse valente, principalmente nas cenas de ação.


Você também já atuou no cinema em filmes como “Vai que cola”, “Tudo por um pop star” e “Cidade dos homens”. Fale sobre esta experiência.
Amo cinema e todo o processo. Geralmente dura um ano ou mais para vermos o resultado do que fizemos e ficamos na expectativa. Já participei de muitos filmes e me ver na telona (e no streaming) é uma sensação de muita felicidade. Desejo ter cada vez mais e maiores oportunidades na Sétima Arte.

Qual foi o momento mais marcante na tua carreira?
Quando interpretei meu primeiro protagonista, Nando, pai solteiro, trabalhador, honesto e presidente do Conselho de Saúde da cidade. Foi uma série, exibida no Canal Saúde. Representatividade importa sim. E muito.

O que falta e o que sobra na televisão?
Acho que ainda falta vermos mais autores, diretores e produtores de elenco pretos nas produções dramatúrgicas. Sobra qualidade no que vemos na televisão. Muita gente boa em várias funções e a tecnologia é fantástica.


Se não fosse ator, alguma outra profissão te fascinaria? 
Sou formado em Jornalismo pela PUC. Chequei a estagiar na rádio digital da instituição e também na Rádio MEC. Anos depois, já exercendo o ofício de ator, fui apresentador do programa Almanaque Saúde, no Canal Futura. Abordávamos diversos temas relacionados à saúde e entrevistava especialistas. Foi uma ótima experiência, onde pude empregar o que aprendi na minha formação como jornalista.

E projetos para o futuro?
Algumas possibilidades estão sendo avaliadas. Continuarei ministrando minha oficina de interpretação. Dois filmes em que atuo serão lançados. “Uma fada veio me visitar”, ainda esse ano, e “Mallandro, o errado que deu certo”, em janeiro de 2024.

Tens algum sonho a realizar?
Meu maior sonho sempre foi atuar com Tony Ramos. E em duas ocasiões, Deus me abençoou, permitindo que eu tivesse a honra de contracenar com minha maior referência profissional. Hoje, desejo ter cada vez mais e maiores oportunidades de trabalho e conquistar a casa própria, pra mim e minha mãe.

No exercício profissional já passaste por algum fato inusitado?
Em uma peça teatral, em cena, levei um tapa sem querer de um colega. Pegou em cheio. O público percebeu, mas mantive a concentração, sem sair do personagem, mesmo um tanto desnorteado e com o rosto ardendo. No camarim, ao término do espetáculo, rimos muito do incidente.

Você tem alguma mania?
Sou muito organizado e pontual.

E medo?
Não poder exercer mais o meu ofício, por alguma fatalidade.


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