Série "Imagens do inconsciente" já está disponível no catálogo do Itaú Cultural Play

Série "Imagens do inconsciente" já está disponível no catálogo do Itaú Cultural Play

Filme é composto por três documentários que relatam a experiência de três artistas visuais brasileiros que estiveram sob os cuidados da psiquiatra Nise da Silveira

Correio do Povo

O desdobramento da trilogia de Hirszman está em "Posfácio", uma longa entrevista com Nise, dividida em duas partes

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A série "Imagens do inconsciente" já está disponível no catálogo do Itaú Cultural Play, e permanecerá na prateleira até 21 de janeiro de 2023. Dirigido em 1986 por Leon Hirszman, o filme é composto por três documentários, cada um revelando a bem-sucedida experiência de três artistas visuais brasileiros que estiveram sob os cuidados da psiquiatra Nise da Silveira em seu ateliê terapêutico no Rio de Janeiro. O desdobramento da trilogia acontece em uma longa entrevista do diretor com a terapeuta.  

A plataforma de streaming Itaú Cultural Play é gratuita e pode ser acessada por dispositivos móveis IOS e Android ou pelo site www.itauculturalplay.com.br

No episódio "A barca do sol" é contada a história de Carlos Pertuis e sua internação no Hospital da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, em 1939. Ele foi levado à clínica pelos seus pais após se deslumbrar com uma visão cósmica, que viu no reflexo de um raio de sol em um espelho. Ele a chamava “Planetário de Deus”.  Passados cinco anos, ele começou a frequentar o ateliê de Nise, iniciando uma incansável e premiada trajetória como artista. Pertuis chegou a criar mais de 20 mil obras entre desenhos, pinturas, modelagens e xilogravuras. 

O documentário seguinte, "Em busca do espaço cotidiano", narra a experiência de Fernando Diniz, homem negro e pobre, filho de costureira, que também foi tratado por Nise a partir de 1949. O ambiente acolhedor do ateliê, muito diferente dos espaços por onde ele passou e viveu, favoreceu muito positivamente para o desenvolvimento do cliente – era assim que Nise denominava os seus pacientes – como artista. Diniz é autor de mais de 30 mil mandalas. Produzidas em telas, desenhos, tapetes e modelagens, elas se tornaram a sua marca registrada. 

A trilogia é completada com "No Reino das Mães", com a artista Adelina Gomes. Filha de camponeses, ela se revoltou com sua mãe após ser proibida de se casar aos 18 anos. Revoltada, ela estrangulou a gata da família e foi internada em 1937 no Centro Psiquiátrico D. Pedro II, no Engenho de Dentro. Pouco tempo depois de ingressar no ateliê conduzido por Nise, em 1946, Adelina se tornou uma pessoa dócil, simpática e criativa. Ela passou a se expressar por meio da arte, pintando mulheres em forma de flor, mães com o coração fora do peito e gatos.  

O desdobramento da trilogia de Hirszman está em "Posfácio", uma longa entrevista, dividida em duas partes com Nise, que acabou sendo concluída pelo cineasta Eduardo Escorel, amigo do diretor então hospitalizado.  Durante a conversa, a psiquiatra discorre sobre suas teorias e métodos de terapia não-violenta. 

Histórias do Cinema Brasileiro 

O trabalho como diretor de Carlos Alberto Ebert pode ser acompanhado no longa-metragem "República da traição" (1970), disponível com exclusividade no catálogo da Itaú Cultural Play a partir de 23 de setembro. Em sua carreira, no entanto, ele é mais conhecido como um importante fotógrafo que participou de filmes que marcaram época no cinema brasileiro. Entre eles, "O Bandido da Luz Vermelha" (1968), de Rogério Sganzerla; "O Rei da Vela" (1982), de José Celso Martinez Corrêa e Noilton Nunes; "Nem tudo é verdade" (1986), de Rogério Sganzerla; "À margem da imagem" (2001), de Evaldo Mocarzel; e "Vlado – 30 anos depois" (2005), de João Batista de Andrade. 

Único filme sob sua direção geral, em "República da traição", ele acumula a direção fotográfica. A trama perpassa o colonialismo, a repressão policial, a guerrilha e a revolução, entre um elenco seleto com Vera Barreto Leite, Antonio Pedro, Zózimo Bulbul, Selma Caronezzi e Antonio Pitanga. 

O filme é um drama policial que traz a história de um casal que se muda para um vilarejo litorâneo da fictícia República de Maraguaiá, com características de terceiro mundo. Hospedada em uma casa isolada, a dupla passa a espionar o governo local para organizar um movimento de guerrilha e desestabilizá-lo. O homem se passa por cientista. A mulher se envolve amorosamente com um morador da pequena cidade. Tudo vai andando bem até que eles são delatados. Acabam capturados na tentativa de fuga, presos e torturados. 

Os planos de Ebert para o lançamento comercial de "República da traição" nas salas de cinema foram frustrados pela censura da ditadura que se vivia na época no país. Os censores argumentaram que a produção poderia levar os espectadores à prática de atividades subversivas. O filme foi liberado 10 anos mais tarde, já na década de 1980, porém, restrito a exibições especiais. Tornou-se, assim, mais um filme mítico do cinema brasileiro. 


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