Símbolo da força feminina, princesa Leia dá adeus a “Star Wars” em “Os últimos Jedi”

Símbolo da força feminina, princesa Leia dá adeus a “Star Wars” em “Os últimos Jedi”

Filme traz última participação de Carrie Fisher na saga intergaláctica

Eric Raupp / Especial

Filme traz última participação de Carrie Fisher na saga intergaláctica

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Ela já foi princesa, espiã, prisioneira, senadora e, finalmente, chegou ao posto de General da Resistência. Leia Organa, um nome marcante no universo nerd e a que ajudou a redefinir o papel feminino no cinema, se despede de “Star Wars” quarenta anos depois de aparecer nas telonas pela primeira vez. A atriz Carrie Fisher, intérprete da personagem, faz uma participação mais do que especial no oitavo episódio da saga, “Os últimos Jedi”, que estreia nesta quinta-feira nas salas brasileiras: morta em dezembro do ano passado, a estrela de Hollywood já havia gravado cenas para o novo longa.

Especialmente para as mulheres, trata-se de um ícone que honrou sua própria complexidade e lutou contra os preconceitos de gênero. A escritora Erika Atayde explica que a personagem é um marco na dramaturgia, porque, apesar de haver um arquétipo sobre princesas em histórias de ficção, Leia é mostrada na primeira cena em que dá as caras “como alguém que briga, que discute, que não leva desaforo para casa”. “A mãe dela morreu, os pais adotivos foram assassinados na frente dela e até mesmo quando ela acha que o planeta onde foi criada, Alderaan, foi destruído, ela não chora, não quebra e se mantém confiante na sua missão”, defende. Com produção voltada à cultura pop, a escritora argumenta que Leia representa a força idealista, a materialização de uma ideia de revolução, de atingir objetivos e ter suas conquistas.

A força da filha de Anakin Skywalker e Padmé Amidala provém, além da brilhante construção de George Lucas, da artista que a interpretava nas telonas. Carrie não escondeu seus problemas pessoais e sempre foi transparente em relação a eles, buscando auxiliar pessoas com questões semelhantes. “Apesar de todo envolvimento com álcool e da bipolaridade, ela viveu numa mistura de bom humor e ternura. Eu mesma tive meus meus problemas com depressão e ela foi uma inspiração muito forte para superar isso”, conta Erika. Todas as qualidades levaram Leia a ser votada a personagem favorita da obra intergalática em um estudo da Morning Consult divulgado no início de dezembro: a pesquisa com 2.200 pessoas consistia em perguntar aos participantes o quanto eles gostavam de diferentes integrantes da trama. Leia Organa apareceu no topo da lista, com 73% de impressões favoráveis, seguida de Luke Skywalker e Mestre Yoda, ambos com 72%.

A empresária Sheila Leonel, que faz parte da Rebel Legion, uma organização que tem por objetivo o desafio de produção e homologação de cosplays sobre a saga, não participou da enquete, mas é fãzaça da personagem. “Ela era diferenciada, porque nos primeiros filmes era praticamente a única mulher, mas não se posiciona como tal. As batalhas, as dificuldade delas são universais, em prol do povo, da Rebelião. Ela já estava em destaque, comandando, numa posição ativa”, recorda. Admiradora deste ícone desde a infância, quando conheceu a trilogia em função dos país, a empresária teve a oportunidade de encontrar sua heroína numa das Star Wars Celebrations, o grande evento mundial que une fãs da franquia. Apesar da rápida interação, ela garante que a atriz foi “super simpática e receptiva”. “Foi algo breve mas que para mim importa bastante”, diz.

Assim como Erika, Sheilla também destaca o pioneirismo de Leia. “Recentemente, houve a valoração da Merida, de ‘Valente’, como uma mulher corajosa. Contudo, a Leia já trazia isso, sempre teve muita atitude. Quando ela estava vestida naquele biquíni sexualizado, era uma questão de ultraje, ela não quis usar aquilo. E no final, ela mesma acabou vencendo isso e enforcando o Jabba”, analisa.

O destino da personagem é uma incógnita que só será descoberta nas salas de cinema, mas Sheila acredita que ela aparecerá em primeiro plano até o final, quando “terminará sua jornada de maneira honrosa”. “Ela é uma das poucas pessoas que durante todo seu percurso se manteve firme na sua revolução. Nunca se deixou abalar mesmo com o caminho tortuoso que teve, nunca foi para o lado negro da Força. Eu imagino que o seu fim seja um ato de heroísmo, em que ela se ponha em risco pelo bem maior, uma espécie de sacrifício”, conta. Erica admite que o filme trará um aperto ao seu coração, mas também acredita numa morte lendária. “Tantos jedis já parecerem, mas eu gostaria que ela partisse de uma maneira única, com a personagem da filha da Carrie narrando: ‘A General Organa se foi, mas a Resistência e seu espírito revolucionário jamais vão sumir’”, finaliza.


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