Sala Redenção apresenta programação dedicada à obra de Roberto Pires

Sala Redenção apresenta programação dedicada à obra de Roberto Pires

Mostra “Roberto Pires na Redenção” fica em cartaz de 21 de agosto a 1 de setembro


Correio do Povo

Em “Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia” (1990), último longa de Roberto Pires, é abordada a temática da radiação

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Seguindo as comemorações dos 125 anos do cinema brasileiro, a Sala Redenção (rua Eng. Luiz Englert, 333) apresenta uma programação dedicada à obra do diretor baiano Roberto Pires. Em cartaz de 21 de agosto a 01 de setembro, a mostra “Roberto Pires na Redenção” reúne cópias restauradas de cinco filmes do cineasta, que representam diferentes fases de sua cinematografia. As sessões têm entrada franca e são abertas à comunidade em geral. A programação completa pode ser conferida no site.

Roberto Pires foi um dos pioneiros do cinema baiano. Utilizando equipamentos construídos artesanalmente, o diretor realizou “Redenção” (1958), o primeiro longa-metragem produzido no estado. O sucesso do filme desencadeou o “Ciclo Baiano de Cinema” (1959 - 1963), período de intensa produção audiovisual na região, que fomentou o movimento do “Cinema Novo”.

No início da década de 1960, Roberto Pires dirigiu “A Grande Feira” (1961), um dos representantes da primeira fase do “Cinema Novo”. O filme apresenta um retrato realista do quadro social da Bahia, a partir de uma narrativa focada nos trabalhadores de uma feira popular. Nesse período, Pires também realizou o suspense criminal “Tocaia no Asfalto” (1962). O longa se destaca por seus truques de câmera e efeitos visuais construídos com poucos recursos, que demonstram a inventividade e a criatividade visual do diretor.

Na década de 1980, o lançamento de “Abrigo Nuclear” (1981) representou um marco para a ficção científica brasileira. Roteirizado, dirigido, produzido e protagonizado por Roberto Pires, o longa retrata um mundo pós-apocalíptico, assolado por uma radiação mortal, onde a sociedade vive em abrigos subterrâneos. A temática da radiação é abordada também no documentário “Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia” (1990), último longa de Roberto Pires. A partir de pesquisas, entrevistas com vítimas e visitas aos locais das contaminações, o diretor realizou uma reconstrução minuciosa do acidente radiológico de Goiânia. Em 2001, Roberto Pires faleceu por conta de um câncer, possivelmente causado por uma contaminação decorrente das gravações do longa.

A mostra “Roberto Pires na Redenção” é uma correalização do cinema da UFRGS com a Fundação Memória Roberto Pires e com Petrus Pires, filho do diretor baiano.


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