Sarcófago egípcio de milhares de anos é aberto em transmissão de TV ao vivo

Sarcófago egípcio de milhares de anos é aberto em transmissão de TV ao vivo

No local, arqueólogos encontraram uma múmia que seria de um sacerdote, além de tesouros

AFP

Múmia encontrada seria da última dinastia que governou o Egito até 525 a.c

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Um sarcófago que contém um sumo sacerdote egípcio foi aberto, no domingo, em um programa de televisão ao vivo durante um especial de duas horas do canal americano Discovery. O programa "Expedition Unknown: Egypt Live" ("Expedição desconhecida: Egito ao vivo", em tradução livre) foi transmitido direto dos arredores de Minya, à beira do rio Nilo.

Recentemente, os arqueólogos descobriram uma rede de galerias que levam a várias câmaras funerárias que teriam 40 múmias de nobres egípcios. Depois de explorar outras tumbas - onde encontraram estátuas, amuletos, vasos usados para armazenar órgãos e outras múmias - os especialistas conseguiram, finalmente, chegar até a câmara que continha o sarcófago, talhado com riqueza de detalhes.

Foram necessárias várias pessoas para abri-lo, e os esforços não foram em vão: dentro havia uma múmia imaculadamente envolta em linho e cercada de tesouros, incluindo ouro. "Não consigo acreditar, isso é incrível", disse Zahi Hawass, um célebre arqueólogo egípcio e ex-ministro de Antiguidades, encarregado da expedição junto com o explorador americano Josh Gates, que liderou a transmissão.

"Como um enterro real"

Gates disse que a múmia era de um sumo sacerdote de Thoth, o antigo deus egípcio da sabedoria e da magia, e que correspondia à 26ª dinastia do Antigo Egito - a última dinastia nativa a governar até 525 a.C. "Até o final do Antigo Egito, o poder recaía realmente nos sumos sacerdotes e se pode ver aqui... Quase se sente como um enterro real", afirmou Gates.

O Cairo tentou promover as descobertas arqueológicas no país em sua tentativa de reavivar o turismo, afetado pela instabilidade política após a revolução de 2011 contra Hosni Mubarak. O canal Discovery não quis comentar se pagou o governo egípcio para obter a autorização de filmar a abertura do sarcófago.

"É um espetáculo, no fim da contas, mas pode gerar nas pessoas o amor pelas antiguidades, e é uma boa oportunidade para promover o turismo", disse à AFP uma arqueóloga que pediu para não ser identificada.

O setor turístico teve uma melhora com a chegada de cerca de 8,3 milhões de visitantes em 2017, de acordo com números oficiais. Ainda está longe, porém, dos 14,7 milhões de visitantes que chegaram ao país em 2010.

A transmissão do Discovery Channel também coincide com um interesse global na arqueologia egípcia, gerado por uma exposição sobre o faraó Tutankamón. A mostra foi inaugurada em Paris, na França, no mês passado e passará por diferentes países.


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