Saudade da real Família Adams

Saudade da real Família Adams

Há poucos dias, estreou a esperada série "Wandinha", que traz a figura da filha da Família Adams, com direção de Tim Burton

Marcos Santuario

"Wandinha", da Netflix, surge com o talento e a força visual do diretor Tim Burton, que faz sua estreia em direção de séries com seu primeiro live-action. Desafios para a plataforma, para o diretor e equipe e para o espectador

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Nem só de criações totalmente inovadoras vive o mundo do audiovisual. Particularmente o streaming, que acaba trazendo à vida histórias, personagens e criaturas que marcaram gerações. É assim no universo dos quadrinhos, em que Marvel e DC Comics imperam. Esta “mística” também faz ressurgir nas telas uma personagem integrante da família que marcou o imaginário de espectadores em várias partes do mundo. Trata-se da jovem Wandinha, que no original chama-se Quarta-Feira, a filha dos Adams, que ganha série agora, depois de surgir na família fictícia de senso de humor irônico e mórbido, que surgiu nos EUA, nos anos 1930. 

O mais genial da criação do cartunista Charles Addams foi colocar em cena, no original, uma inversão satírica da família norte-americana ideal. A “Família Addams” apareceu originalmente em um grupo de 150 painéis de cartoons, com parte publicada na revista de elite The New Yorker, entre a estreia em 1937 até à morte de Addams em 1988. Deu tão certo que passou pela televisão, popularizando-se em série na rede ABC, chegando ao cinema e também aos palcos de teatro. As adaptações chegaram também às animações e aos videogames. Virou filme em 1991 e teve continuação de sucesso em 1993. Seguindo as tendências da indústria do universo audiovisual, teve produção que foi direto ao vídeo em 1998, além de ganhar representação em musicais e até uma animação 3D.

Mas, mesmo depois desta enxurrada de produções nas mais variadas esferas do entretenimento, um novo olhar ganha força com a produção da Netflix. “Wandinha” surge com o talento e a força visual do diretor Tim Burton, que faz sua estreia em direção de séries com seu primeiro live-action. Um desafio. Ou vários. Para a plataforma, para o diretor e equipe e para o espectador. 

Além de Tim Burton como produtor e diretor, tem a participação dos poderosos showrunners Alfred Gough e Miles Millar. “Wandinha” vai para o lado do mistério investigativo e sobrenatural que acompanha os anos em que a filha soturna dos Adams vai de escola em escola até acabar como estudante na Escola Nunca Mais, em que seus pais estudaram e onde se apaixonaram. Neste local repleto de personagens exóticos, reunindo descendentes de vampiros, lobisomens e outras lendas mais, Wandinha tenta dominar sua habilidade psíquica emergente. Em determinado momento, a trama se torna investigação de uma monstruosa matança que aterroriza a cidade local em meio à tentativa da jovem em resolver o mistério do assassinato que envolveu seus pais há 25 anos. A aventura é temperada pelos momentos em que ela tem que lidar com seus novos e muito complicados relacionamentos na nova escola.

Mesmo que, em alguns momentos, a narrativa vá para um lado estilo “Harry Potter”, as reviravoltas da trama podem envolver e estimular um novo público a conhecer as produções anteriores reunindo a sombria, mas cômica família.

Para viver a Wandinha na série, a Netflix apostou no talento de Jenna Ortega, uma jovem atriz norte-americana de 20 anos que ficou conhecida como a Harley Diaz em “Stuck in the Middle”, do Disney Channel, e a Ellie Alves, de “You”, da Netflix. Ao lado dela tem a eterna Christina Ricci, como Marilyn Thornhill; Catherine Zeta-Jones e Luis Guzmán.


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