Scarlett Johansson é heroína do futuro em "A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell"
Nova ficção cientifica estrelada pela atriz americana estreia nesta quinta nos cinemas
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Infelizmente, como em qualquer produção adaptada para Hollywood, a representatividade do lugar de origem acaba sendo a última das prioridades. O que não é nenhuma surpresa no ramo. Afinal, tem que ter o apelo comercial trazendo uma estrela popular protagonizando uma história diferente e que não atrairia nem a curiosidade dos mais indecisos na fila do cinema. Mas a verdade é que como a heroína de "Ghost In The Shell" é um robô, ela poderia livremente ser criada de qualquer forma, gênero e raça. Então, por que não Scarlett Johansson?
Em "A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell", Scarlett é uma ciborgue militar chamada Major Mira, a primeira de uma espécie criada pela empresa Hanka, que visa experimentar a implementação do cérebro humano em robôs. Mira é a primeira experiência bem-sucedida e se torna uma agente potente da Secção 9 para caçar os diversos cibercriminosos e ciberterroristas que assombram a cidade futurística de Hong Kong.
Entre um caso e outro, Mira questiona a sua própria existência, indaga suas origens e tem vários momentos reflexivos sobre a vida humana. Sem qualquer vestígio de sua vida anterior, ela se empenha na missão de destruir Kuze (Michael Pitt), que é taxado como vilão mas é apenas uma ameaça para tudo que Hanka representa naquele lugar. Porém, Kuze se torna a grande virada no filme e é responsável pela libertação de Mira.
O longa dirigido por Rupert Sander não apresenta novidades em termos de narrativa, sendo fiel à história original. A produção de design é incrível e proporciona cenas impecáveis e alucinantes. O roteiro, infelizmente, traz os famosos clichês sobre o homem versus a tecnologia, discursos que enaltecem que o futuro será dominado pelas máquinas, que o que nos define é o que fazemos e não o nosso passado ou até os "draminhas" deixados para o clímax. Isso acaba deixando a dinâmica preguiçosa durante o desenrolar do filme.
O destaque de "A Vigilante do Amanhã" fica para Scarlett Johansson e Michael Pitt. O segundo por ser o gás da narrativa, além de ser convincente no antagonismo da história e fugindo totalmente do ar de vilão. Já Scarlett não decepciona há anos e neste filme não seria diferente. Ela encontra o equilíbrio corporal e emocional necessário para este personagem 90% robô e 10% humano. A sua expressão séria é carregada do início ao fim, mas o "fantasma" da sua mente, sempre tenta resgatar quem ela realmente foi no passado e lembrar dos seus verdadeiros ideais.
Será que ela realmente está caçando os verdadeiros inimigos? Scarlett consegue transmitir este misto de melancolia e vazio existencial de forma competente ao deixar a personagem neutra neste embate interno. Já que seria muito fácil ela apelar para o exagero ou simplesmente não passar nenhuma emoção ao público. Mas não, a atriz realmente consegue dar o tom e ser a salvadora do filme. Então, se for para criar heroínas revolucionárias e futurísticas - e mais uma vez repito -, por que não Scarlett Johansson?
Assista ao trailer: