Sebastião Salgado vai receber prêmio internacional na Itália

Um dos mais importantes fotodocumentaristas do nosso tempo, o brasileiro Sebastião Salgado foi escolhido para receber um prêmio na cidade italiana de Gênova, no dia 27 deste mês. De acordo com  Agência Ansa, o fotógrafo, considerado um dos melhores do mundo pelas suas belas imagens, será o homenageado deste ano da associação judaica Centro Culturale Primo Levi. O mineiro receberá o "Premio Internazionale Primo Levi", entregue anualmente pela instituição europeia.

A organização concede a distinção a pessoas que "com o próprio esforço moral, espiritual e civil contribuíram para a paz e para a justiça de um mundo livre de preconceitos, racismo e intolerância, colocando-se no sulco dos ensinamentos de Primo Levi", famoso químico e escritor italiano especializado em obras sobre o Holocausto. O fotógrafo e sua esposa e colaboradora, Lélia Wanick Salgado, comparecerão à premiação, que reunirá cidadãos da comuna e figuras políticas importantes da Itália no Palazzo Ducale.

Sebastião Salgado nasceu em Aimorés e começou sua carreira como fotógrafo profissional em Paris, em 1973, e mais tarde trabalhou com as agências Sygma foto, Gamma e Magnum Photos. Em 1994, criou a Amazonas imagens, agência que gerencia sua obra. O fotógrafo viajou ao redor do mundo e seus projetos fotográficos foram publicados em várias revistas internacionais. Publicou os livros "Outras Américas" (1986), "Sahel: The End of the Road" (1988), "Trabalhadores" (1993), "Terra" (1997 ), "Exodus" (2000) e "Retrato" (2000) e "Gêneseis" (2013).

Seu último trabalho reúne deslumbrantes fotografias em preto e branco do projeto "Gênesis", organizado em cinco capítulos geograficamente: Planeta do Sul, Santuários, África, Espaços do Norte, Amazônia e Pantanal. Em cada um desses recortes, Salgado mostra a paisagem natural, fauna e comunidades humanas, que representam a busca da natureza pelo seu estado original. Tendo dedicado tanto tempo, energia e paixão para a realização destea obra, ele diz que ela é sua "carta de amor para o planeta". Publicado pela Taschen, a obra bateu o recorde de vendas da editora da pelo mundo. Só no Brasil, atingiu a marca dos 60 mil exemplares.