Segundo dia eleva o nível dos desfiles de Porto Alegre

Entre carros alegóricos com problemas e fantasias com requinte, quem foi até o Complexo Cultural Porto Seco conferir a segunda noite de apresentações do Grupo Especial foi contemplado com belos desfiles e a confirmação de que o Carnaval de Porto Alegre cresce em qualidade a cada ano.

A escola mirim Esporte dá Samba iniciou as apresentações no sambódromo. Na sequência, a primeira agremiação a pisar na passarela foi a Estado Maior da Restinga, atual campeã do Carnaval. Ainda que o terceiro veículo tenha perdido o controle e colidido na grade, com belas fantasias, carros luxuosos, a tricolor da Zona Sul cantou o enredo “Da mitologia à realidade, a Tinga de taça na mão! Vinhos do Brasil, sinônimo de qualidade, saúde, prazer e prosperidade!”. Com a responsabilidade de manter o bom nível do desfile de 2011, a Restinga encantou arquibancada com distribuição de uva e os passos acertados da comissão de frente que, inclusive, trocava parte da roupa durante a evolução. A Restinga, com grande número de foliões, apresentou fantasias luxuosas e alegorias com ótimo acabamento.

Tão logo surgiu na avenida, a Império da Zona Norte deu o tom de como seria o desfile, com alegorias feitas por profissionais de Parintins, a escola inovou com muito brilho e requinte. Com auxílio de efeitos tecnológicos, a escola que cantou “Império Contra-Ataca” agradou não só nos carros inovadores, mas ao priorizar detalhes. O trabalho desenvolvido pelo carnavalesco Renato Lage, da Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro, foi o diferencial na Império da Zona Norte.

Terceira entidade a cruzar pela passarela, a Protegidos da Princesa Isabel, apostou na cor preta para impactar o público, mas aos poucos a luz tomou conta do Porto Seco. Reaproveitando parte das alegorias do ano passado, a escola de Novo Hamburgo venceu outros obstáculos como o último carro que colidiu na grade de proteção e alguns componentes que estavam sem parte dos adereços. Desta forma, a agremiação deve lutar para permanecer no Grupo Especial.

Com o enredo “O que os olhos não veem, o coração não sente?” a Embaixadores do Ritmo foi a penúltima escola a desfilar. A última alegoria, que representava a magia, bruxaria e tecnologia, quebrou ainda na concentração e não entrou na avenida. Os destaques desta alegoria tiveram de correr para desfilar no chão, com a escola. Com fantasias reutilizadas, a agremiação precisou correr contra o tempo para conseguir finalizar o desfile sem ultrapassar o tempo estabelecido.

Foi com o enredo sobre um político negro –"Imperadores apresenta Paulo Paim: Um leão na luta, que faz o bem sem olhar a quem" – que a escola das cores vermelho e branco sacudiu o Porto Seco. Com aplausos e com o samba cantado por toda a escola e pelo público, a Imperadores encerrou em alto estilo o desfiles das escolas do Grupo Especial da Capital neste ano. Chamou a atenção a perfeição das alegorias e o grande número de componentes em cada ala, com fantasias vistosas e com bom acabamento. A bateria se apresentou com seus ritmistas com a roupa de operário e a máscara do leão.