SescTV exibe documentário inédito sobre a vida e obras de Graciliano Ramos

SescTV exibe documentário inédito sobre a vida e obras de Graciliano Ramos

Em O Universo Graciliano, de Sylvio Back, historiadores, familiares e amigos relembram a trajetória do romancista

Correio do Povo

Escritor alagoano escreveu “Vidas Secas” (1938); ”São Bernardo” (1934) e ”Memórias do Cárcere” (1953), entre outras obras

publicidade

No documentário “O Universo Graciliano”, o diretor Sylvio Back resgata as memórias e a trajetória do escritor Graciliano Ramos (1892-1953), por meio de depoimentos de historiadores, amigos e conhecidos do modernista. O filme vai ao ar hoje, às 23h, no SescTV e também estará disponível gratuitamente no site sesctv.org.br, sem necessidade de cadastro.

“Ele era um sujeito simpático, dedicado e firme nas suas convicções. Sem falar no poder, influência que ele tinha na classe de escritores. Era uma pessoa fantástica”. É assim que Oscar Niemeyer descreve seu amigo, o escritor Graciliano Ramos, na abertura do filme, que também revela aspectos trágicos de sua vida, como a morte da primeira esposa e a perda de um dos filhos, que se suicidou. Traz a memória de seu segundo casamento, seu envolvimento com a política, na época em que foi prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, em Alagoas. Seus relatórios à frente da prefeitura eram considerados best sellers. Graciliano também foi secretário, prefeito e diretor da imprensa oficial.

A produção ressalta a importância da política na vida do escritor, seu envolvimento com o Partido Comunista, e sua prisão. Luiza Ramos Amado, filha de Graciliano, narra o momento da prisão de seu pai, acusado de ser comunista: “Estávamos todos em casa, e ele com a malinha pronta para viajar. Júnior foi abrir a porta, meus irmãos estavam todos com medo ao ver o guarda. Minha mãe não, ela era uma mulher corajosa”, conta Luiza.
Em Memórias do Cárcere, como em muitas outras obras suas, Graciliano Ramos narra um diálogo que acontecera na realidade, como explica o advogado Paulo Mercadante - “Já tinha muita gente presa quando estavam levando o Graciliano. Na Avenida Frei Caneca, um camarada perguntou se ele fazia parte daquele grupo de baderneiros comunistas que não deixavam ninguém dormir. O escritor respondeu que sim”, esse trecho foi para o livro, afirma Paulo.

Sobre Graciliano Ramos:
Filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, Graciliano Ramos de Oliveira nasceu no município alagoano de Quebrângulo, dia 27 de outubro de 1892. Era o primogênito de 16 filhos. Viveu em diversas cidades do nordeste brasileiro: Viçosa (AL), Palmeira dos Índios (AL), Maceió (AL) e Buíque (PE). Ao concluir o segundo grau, em 1914, seguiu para o Rio de Janeiro, onde ele trabalhou como revisor dos jornais “Correio da Manhã”, “O Século” e “A Tarde”. 

No ano seguinte, casou-se com Maria Augusta Barros, que faleceu pouco tempo depois. Com ela, teve quatro filhos. Também atuou na carreira política, sendo eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, em 1928, cargo que ocupou até 1930. A partir dessa data assume a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado em Maceió. Em 1936, casou-se com Heloísa Leite de Medeiros, com quem teve quatro filhos: Ricardo, Roberto, Clara e Luísa. Foi filiado ao partido comunista, motivo que provocou sua prisão. “Caetés” (1933); “Vidas Secas” (1938); ”São Bernardo” (1934); ”Angústia” (1936); ”Memórias do Cárcere” (1953); ”Viventes das Alagoas” (1962) e ”Cartas” (1980) são algumas de suas obras. Graciliano faleceu no Rio de Janeiro, dia 20 de março de 1953, vítima de câncer no pulmão.

 

 


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta quarta-feira, dia 1 de maio de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895