Show "Paulinho da Viola encontra Marisa Monte" chega a Porto Alegre nesta sexta
Artistas cantam sambas no espetáculo que será apresentando no Auditório Araújo Vianna
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Entre memórias, breves crônicas faladas sobre a Portela e declarações de amor aos compositores da agremiação carioca, Paulinho canta, sozinho e com Marisa, músicas que se encadeiam pelo refinamento melódico e poético. Ele realiza um set inicial solo e depois a convidada entra em cena e permanece no palco até o fim do show.
A cumplicidade entre os artistas é fruto tanto da admiração recíproca entre eles quanto da ligação genuína com o samba. E a afinidade entre ambos vem de longa data: Marisa e Paulinho já haviam performado juntos em um festival em 1993, um ano antes de a cantora gravar pela primeira vez uma música do compositor – "Dança da solidão". A composição, que batizou álbum do sambista em 1972, ganhou a voz da intérprete em antológica versão feita com a participação de Gilberto Gil para o CD "Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão", de 1994.
As duas composições estão no roteiro do show, ao lado de títulos do cancioneiro da própria Marisa que giram ao redor do universo do samba, casos de "Carnavália" (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, 2002) e "De mais ninguém" (Marisa Monte e Arnaldo Antunes, 1994). Contudo, se existe um eixo no qual o roteiro se sustenta, além da obra de Paulinho, é o samba produzido pelos compositores da Velha Guarda da Portela.
Além disso, antes que os artistas iniciem a apresentação no palco, o show começa com a reprodução, com som de vinil, do LP "Portela, passado de glória", produzido em 1970 por Paulinho da Viola para registrar sambas que corriam o risco de se perder na tradição oral passada de geração para geração. Algumas das canções deste disco são revividas por Paulinho com Marisa no bloco mais informal do show, no qual os cantores, como se estivessem numa roda de samba, puxam clássicos como "Quantas lágrimas" e "Sentimentos".