Show "RuPaul’s Drag Race World Tour" chega para lacrar em Porto Alegre

Show "RuPaul’s Drag Race World Tour" chega para lacrar em Porto Alegre

Evento ocorre nesta quinta-feira no Teatro Bourbon Country

Lou Cardoso

Shangela participa da turnê e da atual temporada de All Stars de RuPauls Drag Race

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Porto Alegre terá uma noite lacradora nesta quinta-feira quando recebe, pela primeira vez, o show "RuPaul’s Drag Race World Tour", no Teatro do Bourbon Country (avenida Túlio de Rose, 80). O evento reúne sete ex-participantes do reality show americano "RuPaul’s Drag Race" que já disputaram o título de America's next drag superstar, onde tentaram receber um cheque de 100 mil dólares e um contrato com uma marca de maquiagens.

As drag queens que chegam na Capital são Peppermint, Detox, Valentina, Kim Chi, Violet Chachki, Kennedy Davenport e Shangela. Estas duas últimas participam, atualmente, da terceira temporada do All Stars, uma spin-off do programa que oferece uma segunda oportunidade para as queens eliminadas de outras temporadas a conquistarem a tão sonhada coroa das mãos do ator e cantor RuPaul.

O show carrega um significado ainda maior para a comunidade LGBTQ+ de Porto Alegre. O estudante universitário, Gustavo Flores Chapacais, afirmou que o evento mostra que as pessoas estão interessadas pela cultura drag. "A gente foi presenteado com este show. Acho que tem uma importância para comunidade LGBTQ+, pois mostra que a gente tem espaço no calendário de eventos na cidade", salientou. De acordo com o estudante, a expectativa para o show é muito grande visto que esta reunião das queens do programa era totalmente inesperada para os fãs gaúchos. "Eu já fui em shows de outras drag queens que participaram de RuPaul. É um evento muito grandioso que diverte muitas pessoas e é um entreninemento que traz muitas emoções. Eu tenho certeza que o show vai ser tudo isso e muito mais", complementou.

O sucesso de "RuPaul’s Drag Race" inspirou a abertura do bar em Porto Alegre, Workroom, e conforme um dos proprietários do local, Rodrigo Krás Borges, este show fortalece a bandeira LGBTQ+ e reforça a importância da representatividade e diversidade na programação cultural da cidade. "O evento significa que cada vez mais a cena drag ganha mais espaço e vem crescendo, incluindo as queens locais que estão cada vez mais em evidência", disse. "RuPaul's Drag Race já mudou muitas vidas por esse mundo, tanto para quem é drag, quanto para quem admira a arte, como é o caso da Workroom: um dragbar inspirado no reality show que além de proporcionar entretenimento, 'abre portas' para a cena drag local e para a comunidade LGBTQ+", informou.

Uma das drag queens que se apresenta no dragbar e que participará do show nesta quinta-feira, Isa Bennett, afirmou que a popularização do reality show ajudou muitas pessoas a compreenderem o que é drag queen. "A sociedade só sabe que estas coisas existem quando assiste e possui acesso a este tipo de coisa. É muito importante colocar isto em uma plataforma em que as pessoas vão conseguir ver e têm fácil acesso. Muitas pessoas conhecem referências de drag queen muito antiga. Hoje em dia isso não é mais assim", declarou e acrescentou que com esta nova visão o preconceito com esta arte está diminuindo aos poucos: "Eu me monto há 3 anos, quando RuPaul não era tão conhecido. Hoje em dia, a gente sai na rua e algumas pessoas sabem diferenciar que não somos mulheres, travestis, transexuais, mas sim drag queens."

"Drag queen é resistência!"

No ar desde 2009, "RuPaul’s Drag Race" é um reality show que popularizou a cultura drag nos Estados Unidos onde mostra a competição entre 12 ou 14 participantes que querem dar "continuidade ao reinado' de RuPaul, uma das maiores referências pop de drag queen na mídia. Em cada episódio, as queens selecionadas precisam passar por desafios que envolvam música, dança, interpretação e além de provar que sabe costurar seus próprios looks. E se duas queens falham nas provas, elas precisam "dublar por sua vida". Momento ápice do programa. No Brasil, o programa pode ser conferido da 2ª temporada até a 8ª no Netflix.

A popularizão de RuPaul’s Drag Race na mídia mostrou que ser drag queen é muito mais que uma arte, mas uma profissão que deve ser levado a sério. Além de claro, ser uma militância na sociedade. "Drag queen não é gênero, é uma resistência! Então a drag queen tem a responsabilidade de reeducar as pessoas. De se uma pessoa não souber o que é, você pode explicar o que é. Não tem porque ter vergonha de dizer que é drag queen. Tem que ajudar a entender o que é a profissão, porque tem gente que trabalha com isso. Para mim, a profissão é um orgulho", resumiu Isa.

Segundo Gustavo, que começou a curtir a cultura drag com a influência do programa, o "RuPaul’s Drag Race World Tour" também incentiva o público a pesquisar mais sobre queens nacionais. "Tem que incentivar que as pessoas não fiquem limitadas ao programa, mas apreciem a cultura drag local, porque tem muitas que valem a pena assistir. E acho que cada vez mais esta cultura tem espaço e pode se expandir e chegar a outros públicos, além da LGBTQ+", disse. 

O show de abertura desta quinta, inclusive, será comandado pelas queens locais Sarah Vika, Isis James-King e Charlene Voluntaire e contará com o apoio das embaixadoras Leon Rojas, Vitz, Lo Litta, Charlene, Gabi Santorini, Cassandra, Bibi e Vitz.

Responsável por abrir as portas do seu bar para perfomances de várias drag quens nacionais, Rodrigo acredita que o reality show tem papel fundamental para que as pessoas conheçam e acesso a esta profissão. "É um programa que amplia conhecimentos, além de proporcionar diversão pra quem assiste. Conheço relatos de muitas pessoas que conheceram melhor esse "universo" através do programa, eu, inclusive, sou uma dessas pessoas. Com certeza a popularidade de RPDR expandiu a profissão", afirmou Rodrigo.

Para Isa, o show desta quinta vai ser maravilhoso e espera que sejam apresentados muitos números diferentes."Eu acho que o show vai ser incrível e os fãs podem esperar muita coisa porque tem sete artistas completamente diferentes uma da outra", disse. Já Rodrigo, espera muita lacração. "Pelo que acompanho nas redes sociais, a turnê está um sucesso e bem animada. Os shows exploram bastante a iluminação e a sonorização para impactar mais as performances das queens", projetou.


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