Snarky Puppy toca nesta quarta em Porto Alegre

Snarky Puppy toca nesta quarta em Porto Alegre

Pela primeira vez em terras gaúchas, banda apresenta seu jazz instrumental no Araújo Vianna, às 21h

Caroline Guarnieri *

Michael Legue, baixista: “A gente tocou em frente a uma pizzaria e só ‘começou’, não era para ser a minha carreira”

publicidade

Quando Michael League era um estudante de música da University of North Texas, no início dos anos 2000, seu plano não era fazer parte de uma banda vencedora de cinco prêmios Grammy, a maior honraria do mundo fonográfico. O que começou como apenas uma forma de escutar suas composições sendo tocadas por outros músicos se tornou o que hoje conhecemos como Snarky Puppy, uma das maiores bandas instrumentais de jazz da atualidade. E os membros trazem seus principais sucessos para Porto Alegre pela primeira vez hoje, às 21h, no Auditório Araújo Vianna.

O baixista e fundador do Snarky Puppy contou, em entrevista exclusiva ao Correio do Povo, que nenhum dos seus colegas de faculdade imaginava integrar uma banda desse tamanho. “Naquela época, cada um tocava em umas 15 bandas diferentes, era o que todo mundo fazia, pra mim era só mais uma”, explica Michael. Com a formação inicial de 10 pessoas, todos músicos que estudavam jazz, o grupo passou a ensaiar cada vez mais.

“A gente tocou em frente a uma pizzaria e só ‘começou’, não era para ser a minha carreira”, brinca. O sucesso, assim como todo o resto, também foi gradual. League relata que eles não passaram de alunos para ídolos de uma hora para a outra. Quando o retorno se tornou mais “palpável”, eles perceberam que poderiam de fato serem profissionais. “Nós sentimos mesmo que estava dando certo quando conseguimos sobreviver financeiramente disso”, lembra, “quando vimos que não precisaríamos mais tocar em casamentos e aniversários e poderíamos viver da nossa música”.

A banda divide o crédito das suas composições com os artistas que os inspiram. Nomes clássicos do jazz americano e mundial estão na lista, como Miles Davis, um dos ídolos pessoais de Michael. Bernard Wright, pianista de funk e jazz que inclusive trabalhou com Davis, foi seu mentor. “Ele me ensinou a ser um músico melhor e tocou com a gente por três anos”, explica League. Wright participou da gravação de “Bring Us the Bright” (2007), terceiro álbum de estúdio do Snarky Puppy, e também da música “Take It!”, lançada no ano passado, pouco antes da sua morte.

No Brasil

Ritmos e harmonias brasileiras estão entre as preferidas dos integrantes. “Eu acho que depois da música da América do Norte, a música brasileira é a que a gente mais escuta”, confessa Michael. “Eu sou muito fã de Milton Nascimento, Elis Regina, Caetano Veloso e muitos outros”.

A banda hoje tem 20 membros, que se revezam durante as turnês. Para os shows no Brasil, o baixista informa que serão 10 músicos – que tocarão pela primeira vez em Porto Alegre hoje à noite. “Já fomos para tantos países que é raro tocarmos em uma cidade nova”. 

Mesmo sem letras nas suas canções, o Snarky Puppy permanece impactando milhares de fãs ao redor do mundo. E Michael League garante que a falta de palavras não os impedem de transmitir os seus significados, muito pelo contrário: “Eu acho que conseguimos entender claramente as músicas sem as letras, e na minha opinião é uma vantagem. Dessa forma, nossas mensagens são universais e acessíveis no mundo todo”.

*Sob supervisão de Luiz Gonzaga Lopes


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta quarta-feira, dia 1 de maio de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895