Sobrevivente do Holocausto quer manter viva histórias da Segunda Guerra

Sobrevivente do Holocausto quer manter viva histórias da Segunda Guerra

Nanette Konig estudou com Anne Frank, na Holanda, e com o fim dos conflitos veio morar no Brasil

Karina Reif

Nanette Konig estudou com Anne Frank, na Holanda, e com o fim dos conflitos se mudou para o Brasil

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Manter viva a história é a motivação de Nanette Konig, 86 anos. Sobrevivente do Holocausto, ela faz regularmente palestras em instituições de ensino e entidades do Brasil, onde mora desde o final da Segunda Guerra Mundial. Nesta terça-feira esteve na Escola Estadual Anne Frank, em Porto Alegre, para conversar com os alunos e contar sobre suas lembranças da época em que viveu em um campo de concentração alemão.

Nascida na Holanda, chegou a estudar com Anne Frank, a qual ficou famosa após a publicação de seu diário. Outros quatro colégios no país têm o mesmo nome e Nanette fez atividades nesses locais semelhantes a que ocorreu hoje. “Depois de mim, outros precisam continuar a contar”, declarou, com a expectativa de que os estudantes reproduzam o aprendizado.

Nanette disse que teve uma infância feliz em Amsterdam até os judeus começarem a ser perseguidos e a Holanda ser ocupada pelo governo de Adolf Hitler. Nanette conheceu Anne no colégio onde estudaram em Amsterdam. “Tenho as melhores lembranças dela. Era uma menina vivaz e que gostava de ser vista”, disse. Ambas se reencontraram no campo de concentração em Bergen-Belsen. “Nem sei como nos reconhecemos. Estávamos esqueléticas”, contou.

Assim como Anne e sua irmã Margot, Nanette contraiu tifo. “Só os mais resistentes sobreviveram”, explicando que as duas e outras milhares de pessoas morreram em consequência da doença e de complicações pela desnutrição. Com o término da Guerra, Nanette previa um futuro ainda mais difícil. “Eu pensava: Sobrevivi e agora?”, disse. Anos mais tarde conheceu um judeu húngaro, com quem casou e veio para o Brasil. Eles tiveram três filhos e moram em São Paulo, atualmente.
Para o vice-presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, Zelig Prikladnicki, a história precisa ser sempre revisitada. “Além dos 6 milhões de judeus exterminados, os que moravam no interior nem mesmo foram contabilizados”, observou. Conforme ele, há pelo menos 8 mil judeus no Estado.

A diretora da escola, Cláudia Engelke, destacou que a história da guerra e de Anne Frank são frequentemente trabalhadas com os alunos. “Para nós, é uma honra ter a Nanette para nos contar sobre suas experiências, justamente nos 49 anos do colégio”, salientou.

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