"Sonho de uma Noite de Verão" ganha releitura no Porto Verão Alegre

A partir do ensaio de Jan Kott, “Tïtânia e a Cabeça de Asno” - que diz: “A redução do personagem a simples parceiro amoroso parece o traço mais típico desse sonho cruel. E certamente o mais moderno. O parceiro não tem mais nome nem rosto. É apenas quem está mais próximo” - é que o diretor Evandro Soldatelli concebeu o “Sonho de uma Noite de Verão”, que estreia neste sábado na programação do Porto Verão Alegre. A peça fica em exibição também no domingo e nos dias 28 e 29 de janeiro, no Teatro Novo DC (Frederico Mentz, 1.561), com apresentações às 21h. Antecipadamente, os ingressos custam R$ 30 e podem ser comprados pelo site. Na hora, as entradas custam R$ 40.

A comédia de William Shakespeare escrita por volta de 1590, traz grande elenco, música ao vivo e promete soluções cênicas inusitadas, como por exemplo transformar o bosque onde os enamorados se encontram e são atingidos pelo pó de Puck em uma boate. "Pensamos em uma boate para falar um pouco desta coisa de o amor ser o mais próximo, ser todos e ninguém. Aí surgiu a boate O Bosque, que soava como O Beco, que sempre foi alternativa aqui em Porto Alegre", observa Evandro. Além dele na direção, o espetáculo tem cenário de Diana Sbardelotto, os figurinos são uma criação coletiva, com assessoria de Daniel Lion, a iluminação é de Nara Maia.

“Queria atualizar a trama dos enamorados Hérmia, Lisandro, Demétrio e Helena, deixar enxuto o texto e que a gente se divertisse. Como ator eu sempre oferecia coisas ao diretor e foi isto que pedi aos atores”, revela Evandro, discípulo do Role Play, adotada por Ramiro Silveira. No elenco, está uma mescla de atores da Cia Teatro Novo, como Renata Bregagnol, Lucas Sampaio, Joana Izabel, Fabrizio Gorziza, Vinicios Mello, Clarissa Siste, Yuri Niederauer, Luciano Pieper e iniciantes como Dudu Xavier, Wander Fonseca e Karina Pegoraro. 

“É a minha primeira direção e foi um convite da Karen Radde, minha parceria de Teatro Novo desde 1998, quando fiz 'A Bela e a Fera'. Devo esta estreia a ela e ao Radde, que faleceu no ano passado, que sempre foram uma família para mim. Eu respeitava muito ele. Tínhamos nossas divergências, mas cresci muito com este grupo”, destaca Evandro. É a primeira vez em 48 anos que a Cia. Teatro Novo traz um diretor de fora para conduzir uma peça do seu repertório.