Depois, declarou que não promoveria as canções de R. Kelly, acusado por várias mulheres de abuso sexual, embora nunca tenha sido condenado por esses feitos. Outros artistas menos conhecidos tiveram o mesmo destino: permaneciam disponíveis no Spotify, mas não estavam nas listas de reproduções oficiais, e tampouco faziam parte dos algoritmos propostos aos 174 milhões de usuários da plataforma.
Muitos criticaram a forma de escolha do Spotify, já que vários artistas condenados criminalmente não foram sancionados. Inclusive o presidente executivo, Daniel Ek, admitiu na quarta-feira que a plataforma se equivocou ao aplicar a nova política e disse que podiam ter feito muito melhor. A empresa reconhece em sua carta que a linguagem então usada "foi imprecisa e deixava aberto a interpretações".
"Nos preocupa que as acusações possam afetar as possibilidades de um artista de ser escolhido em uma lista de reprodução do Spotify, ou que influenciem negativamente em seu futuro", explicou a plataforma. "Alguns artistas estão preocupados que os erros cometidos durante a juventude possam agora ser usados contra eles", argumentou a empresa. "O Spotify não é isso. Nós não queremos brincar de juízes ou júri", continuou.
Perguntados pela AFP sobre a suspensão das sanções contra vários artistas, incluindo R. Kelly, o Spotify não deu sua versão imediatamente. A política de sanções da plataforma agora focará apenas em conteúdo musical com "discurso de ódio", e se reservará à possibilidade de retirá-las. O Spotify excluiu em agosto de 2017 cerca de 20 grupos descritos como "odiosos", ligados a movimentos supremacistas brancos e neonazistas.
AFP