Stephen King salva seção literária de periódico local dos EUA
Escritor mobilizou fãs a assinarem o jornal para compensar custo das resenhas de livros
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O caso começou na sexta-feira, quando King, mestre da literatura de terror e fantástica, anunciou que o Portland Press Herald, um dos principais jornais do Maine, onde mora, iria acabar com a sua seção dominical dedicada aos livros escritos por autores deste pequeno estado fronteiriço com o Canadá. "Diga ao jornal que NÃO FAÇA ISSO", tuitou o bem-sucedido escritor de 71 anos, que se tornou famoso com livros como "Carrie, a Estranha" e "O iluminado", levados, inclusive, ao cinema. Muitos escritores locais "dependem destas críticas para sobreviver", continuou.
The Portland Press Herald/Maine Sunday Telegram will no longer publish local, freelance-written reviews of books about Maine, set in Maine, or written by Maine authors.
Retweet this if you're from Maine (or even if you're not). Tell the paper DON'T DO THIS. — Stephen King (@StephenKing) 11 de janeiro de 2019
Mais de oito mil de seus fãs fizeram a mensagem se espalhar. A direção do jornal, que emprega 70 jornalistas, reagiu desafiando King a ajudá-la a encontrar novos assinantes para compensar os "milhares de dólares" que a seção lhe custa, escrita em sua maioria por profissionais que trabalham por matéria. "Se conseguir convencer mais de 100 dos seus fãs a assinar a edição digital, iremos reincorporar imediatamente as resenhas de livros", tuitou o jornal, que tem menos de 10 mil assinantes digitais.
The Portland (Maine) Press-Herald has agreed to reinstate local book reviews if 100 people subscribe. Sales pitch? Blackmail? Either way, 71 people have subscribed so far. Are there 29 more Twitterheads out there who want to ante up? Just asking. — Stephen King (@StephenKing) 12 de janeiro de 2019
Nesta segunda-feira, o objetivo de 100 assinaturas - a um custo de 15 dólares por 12 semanas - se espalhou amplamente: "Obrigado a todos que assinaram o Press Herald", escreveu Stephen King. "Salvaram o dia. Existem países onde as artes são consideradas vitais. Infelizmente, este não é um deles", declarou.
Thanks to everybody who subscribed to the Press-Herald. You saved the day. There are countries where the arts are considered vital. Too bad this isn't one of them. The paper thanked you guys. Also thanked me. (And misspelled my name.) — Stephen King (@StephenKing) 14 de janeiro de 2019
Cliff Schechtman, editor do jornal, afirmou que o periódico havia coletado "quase 250 novos assinantes" graças a essa iniciativa. "Quando alguém como Stephen King se envolve, com mais de cinco milhões de seguidores no Twitter, sabíamos que teria um impacto, e nos questionamos como poderíamos usar a sua influência para apoiar o jornalismo local", disse. "As pressões financeiras não se reduziram até agora, o setor vive mudanças consideráveis, mas, neste caso, teve um final feliz", acrescentou.