Tabajara Ruas: escritor e cineasta é o patrono da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre

Tabajara Ruas: escritor e cineasta é o patrono da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre

Novo patrono é conhecido por livros, como "Netto perde sua alma", e filmes, como "Brizola: Tempos de Luta"

Luciana Vicente

Tabajara Ruas é o novo patrono da Feira do Livro

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Tabajara Ruas recebeu a sua nomeação para patrono da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre como um presente de aniversário. O escritor, diretor e cineasta faz 81 anos nesta sexta-feira, dia 11 de agosto. O anúncio de seu nome foi divulgado nesta manhã de quinta-feira, dia 10, pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), organizadora da mais importante festa do livro do Estado, com realização de 27 de outubro a 15 de novembro, na Praça da Alfândega. 

Muito emocionado, Ruas agradeceu aos patronos que o antecederam, sua família, e todos os presentes em cerimônia organizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro na manhã desta quinta-feira, dia 10.  

Tabajara Ruas confessa que era  um sonho ser patrono. “É o sonho de todo escritor gaúcho e eu não sou diferente. Faremos um bom trabalho nessa feira no sentido de promover o livro, atrair leitores, principalmente a juventude”, salientou. Para Ruas,  o mundo pode ser transformado por meio da leitura e a realização da Feira de Porto Alegre é uma forma dele acreditar no triunfo da educação. 

O presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur acrescentou que é uma honra  poder reconhecer na Feira do Livro esse autor que é um dos pilares da literatura e cultura brasileira, que traz em suas obras o amor e o carinho pelo nosso Estado. “Os mais jovens poderão conhecer mais a fundo grandes clássicos como Os varões assinalados e O amor de Pedro por João", destacou.  

A 69ª Feira do Livro de Porto Alegre terá como campanha a mensagem “Quem lê, sabe o caminho”.

Trajetória: livros e filmes

Nascido em Uruguaiana, em 1942, Marcelino Tabajara Gutierrez Ruas estudou arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e cinema na High School de Vejle, na Dinamarca. Por sua atuação política durante a ditadura militar, viveu no exílio entre 1971 e 1981, morando no Uruguai, Chile, Argentina, Dinamarca, São Tomé e Príncipe e Portugal.

Publicou 11  livros no Brasil, traduzidos em dez países, incluindo "A região submersa" (1978),  publicado primeiro em Portugal, "Netto perde sua alma" (1995), vencedor do Troféu Açorianos de Literatura na categoria Narrativa Longa, em 1996,  "O Fascínio" (1997) e "Detetive Sentimental" (2008). Ruas também  publicou livros infanto-juvenis, como a trilogia "Diogo e Diana", escrita em parceria com Nei Duclós, e as novelas "Gumercindo" e "Minuano", esta recebeu o Troféu Açorianos de Melhor Obra Juvenil, em 2014.

No cinema, trabalha desde 1978, como diretor, roteirista e produtor. Adaptou, junto de Beto Souza, sua  obra "Netto perde sua alma", em 2001, que recebeu no Festival de Cinema de Gramado o Kikito de Melhor Filme. Assinou o roteiro de outros projetos, como "Anahy de las Misiones" e "O Tempo e o Vento".

Em 2007, lançou o documentário  "Brizola - Tempos de Luta", sobre  Leonel Brizola. O filme "Os Senhores da Guerra", no qual  foi diretor, roteirista e produtor, foi um dos oito selecionados para o Festival de Cinema de Gramado de 2014 e recebeu o Prêmio Especial do Júri e de melhor Atriz Coadjuvante.

Entre as honrarias recebidas estão a condecoração da ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, no grau de Comendador,  a Medalha da Vitória do Ministério da Defesa, o Prêmio Erico Verissimo, a Medalha do Mérito Farroupilha, o Troféu Guri e o título de cidadão de Porto Alegre. Em 2020, foi agraciado com o Troféu Escritor do Ano do Prêmio Academia Rio-Grandense de Letras.


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