Taxista paranormal guia "Santo Forte", primeira série nacional do AXN

Taxista paranormal guia "Santo Forte", primeira série nacional do AXN

Com 13 episódios, produção estreia no dia 30 de agosto

AE

João usa seu dom para ajudar os passageiros que conhece diariamente

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O sujeito pode ser atropelado, levar um tiro no peito ou uma facada, que em seguida se levanta e sai andando. Assim é João da Cruz Forte, personagem de Vinícius de Oliveira em "Santo Forte", primeira série feita para o canal ANX no Brasil. A trama estreia no dia 30 de agosto, às 21h, e terá 13 episódios de uma hora cada.

O enredo, que envolve a história de um taxista que usa seus poderes para ajudar os outros, faz parte das conversas de Roberto D'Ávila, dono da produtora Moonshot Pictures, há pelo menos 12 anos, e foi apresentado ao grupo Sony, do AXN, em 2008. De lá até que houvesse dinheiro para a produção, foi outra jornada. O produto só vingou com verba do Fundo Setorial do Audiovisual, mais incentivo fiscal via artigo 39, que permite aos canais estrangeiros trocar o pagamento de impostos devidos no Brasil por investimento em produção brasileira.

Vinícius, ator que surgiu para a fama na pele do menino do filme "Central do Brasil", foi a pérola encontrada pela produção aos 45 do segundo tempo. "Faltava um mês para começar a gravar e a gente ainda não tinha o protagonista", conta D'Ávila, que assina a direção-geral de "Santo Forte". O elenco conta ainda com Cassiano Carneiro, Tamara Taxman, José Araújo, Cacá Ottoni e Davi Maia. O roteiro é de Marc Bechar, um dos autores do argumento, e a direção no set, de João Machado.

Intérprete do personagem principal, Vinícius, um carioca capaz de criticar os serviços prestados no Rio de Janeiro, reconhece que João é a antítese da imagem do taxista de sua cidade. "Sempre fui o carioca que falou mal do Rio, dos serviços. Já cheguei a descer de táxi no Rio porque o cara queria me cobrar a mais", lembra. "A questão de ser um taxista gentil não foi nem para contrapor a essa questão dos taxistas do Rio, foi uma coisa mais do texto mesmo", complementa.

Adepto do candomblé, o ator aprova as soluções que a paranormalidade de João ganha na série, sempre com a ajuda de um pai de santo (Celso, papel de Thiago Justino). Chegou a dar palpite em algumas cenas, mas avisa que o enredo não tem compromisso com nenhuma religião. Mais que possuir um dom, o protagonista se sente na obrigação de ajudar as pessoas que se revelam para ele, involuntariamente: uma espécie de raio X lhe mostra os dramas dos passageiros do táxi.

"A gente trata religião como normalmente se trata religião no Brasil: muito informalmente, como parte de alguma coisa", endossa D'Ávila. "O cara vai ali no pai de santo, assim como a mulher dele (Dalva, papel de Laila Garin) é irmã de um pastor evangélico", reforça o diretor.

Cada episódio se fecha em si, com um passageiro e problemas diferentes. "Lá pelo sétimo episódio o público saberá onde tudo isso começou", avisa D'Ávila. Ao longo da temporada, será possível ver João, casado e pai de dois filhos, perdendo a mão justamente com a família. "A carga para ajudar os estranhos é tão forte, que ele encontra dificuldade em lidar com a família dele", diz.

Para Alberto Niccoli, vice-presidente do grupo Sony no Brasil, a temática da série, que envolve mistério, misticismo e esoterismo, vem ao encontro da linha adotada pelo canal AXN. Há mais de quatro anos, desde que foi criada, a lei da TV paga, que estabelece três horas e trinta minutos de produção nacional no horário nobre de todos os canais pagos, tem sido cumprida pelo AXN apenas com a exibição de filmes brasileiros.

Niccoli justifica que o canal demorou a bancar a primeira série em razão da dificuldade de encontrar um produto de qualidade que se encaixasse na identidade do canal. Agora é testar sua eficiência entre a audiência para autorizar a produção de uma segunda temporada. Boas histórias contadas debaixo de um taxímetro é o que não faltam.

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