Taylor Swift volta ao pop com o álbum “Midnights”

Taylor Swift volta ao pop com o álbum “Midnights”

Leia o faixa a faixa do 10º álbum de estúdio da artista

Caroline Grüne

Em "Midnights", Taylor Swift compartilha reflexões da meia-noite

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À meia-noite de sexta-feira, Taylor Swift lançou seu 10º álbum de estúdio “Midnights”. Como ela declarou antes do lançamento, o álbum conteria 13 histórias de noites sem dormir. A artista pop já quebrou recordes: o álbum é o mais reproduzido em 24 horas no Spotify, ultrapassando “Certified Lover Boy” de Drake. Além disso, são de Swift e do “Midnights” as cinco músicas com as maiores estreias no Spotify. No Brasil, Taylor foi a artista mais escutada nesta sexta-feira.

 

"E antes mesmo que o relógio chegasse à meia-noite de 22 de outubro, Taylor Swift quebrou o recorde de álbum mais reproduzido em um único dia na história do Spotify. Parabéns, Taylor", anunciou o Spotify no Twitter.

O álbum marca o retorno de Taylor Swift para a música pop, após os aclamados “folklore”, escolhido como álbum do ano no Grammy em 2021, e “evermore”. Mas nos últimos anos a artista não parou. No meio do caminho dos novos álbuns, vieram as regravações: o Fearless (Taylor’s Version) e Red (Taylor’s Version), ambos de 2021. Com tantos lançamentos, fica a pergunta… ainda é possível produzir algo novo? 

Em “Midnights”, Swift se reúne com o produtor Jack Antonoff, parceiro de longa data, e revisita seu pop de um jeito diferente do que ela costumava fazer. Aqui, temos uma Taylor com um pop mais alternativo - aproximando-se de artistas como Lana del Rey, com quem divide a faixa Snow On The Beach, e Lorde - ambas também são produzidas por Antonoff. Em alguns momentos, ouvimos o synth-pop de “1989” de 2014, mas definitivamente mais lento. Em outros momentos, lembramos do som alternativo explorado nos álbuns-irmãos “folklore” e “evermore”. Já os efeitos da voz, que soa cada vez mais madura, por ora remetem ao renegado “Reputation” (2018) - aqui, também temos algumas letras de vingança.

Como compositora, “Midnights” reforça uma Taylor Swift cada vez mais disposta a desconstruir a imagem de menina perfeita do início da carreira. Ela está aberta a declarar que “é o problema” em “Anti-Hero” e no clipe que roteirizou e dirigiu para a faixa relembra seus transtornos alimentares do passado, revelados no documentário “Miss Americana”. Ela não teme o julgamento de se colocar como a mulher que prefere a carreira ao amor em “Midnight Rain” e faz uma ode à vingança em “Vigilante Shit”. 

Sobre o conceito do disco, ela escreveu em um post no Instagram: "Midnights é uma colagem de intensidade, altos e baixos e fluxos e refluxos. A vida pode ser escura, estrelada, nublada, aterrorizante, eletrizante, quente, fria, romântica ou solitária. Assim como a Meia-Noite".

Acompanhe o faixa a faixa:

Lavender Haze

A primeira fala de Taylor no álbum é “me encontre à meia-noite”. Nesta música, nos reencontramos com uma Swift romântica. O som lembra o disco “Lover” de 2019 e repete histórias já contadas pela artista - um amor que acredita nela mesmo quando as pessoas (ou a Kim Kardashian e o Kanye West) falam mal dela por aí. A artista traz o lilás para falar do sentimento de estar imersa no amor. Ela não perde a oportunidade de fazer uma crítica a indústria da música e a pressão pelo casamento: “o único tipo de garota que eles veem é o caso de uma noite ou uma esposa”. Entre os compositores da faixa, está a atriz Zoë Kravitz.

Maroon 

O synth-pop é o diferencial dessa faixa que é um dos destaques do álbum. As batidas trazem uma sensação de sonho. Ao mesmo tempo, a faixa soa sombria em alguns momentos. Novamente, Taylor evoca as cores para dar tom aos sentimentos. A faixa já está entre as preferidas dos fãs. 

Anti-Hero

Primeiro single da nova era, “Anti-Hero” é a faixa que Taylor disse ser uma das suas preferidas. Ela afirma também que nunca tinha ido tão fundo nas suas inseguranças. A letra aqui é focada na autocrítica. “Olá, sou eu. Eu sou o problema”, canta. Entre as palavras que compõe a lírica estão narcisismo e depressão, em contraponto, a batida é contagiante. O refrão é daqueles que fica na cabeça logo na primeira vez que escutamos.

No clipe, temos uma Taylor Swift triplicada: a “comum”, a anti-heroína e uma versão gigante - aquela que não consegue se encaixar. Tem também álcool e uma constante fuga dos seus próprios fantasmas, que aparecem como versões antigas dela mesma. Confira:

 


Snow On The Beach (feat. Lana del Rey)

Quando foi divulgado que Taylor lançaria uma parceria com Lana del Rey a Internet ficou ansiosa para o encontro. Apesar das altas expectativas, a voz de Lana é muito sutil na faixa, aparecendo apenas como uma segunda voz. Na letra, a história de um amor “estranho”, como neve na praia, mas especial.

 

“Snow On The Beach é tão boa que a Lana del Rey ficou sem palavras”, disse fã em tweet viral.

You’re On Your Own, Kid

“Você está sozinha nessa, criança. Você sempre esteve”. Nesta faixa, a composição traz uma reflexão de um amor não correspondido para levar a reflexão de que nós sempre estamos sozinhos. Uma Taylor disposta a olhar para dentro.

Midnight Rain

O início da faixa traz uma voz modificada e sombria. Até o momento, essa é a preferida de quem escreve. Taylor aparece aqui como a mulher forte que não está disposta a se adaptar por um amor, o que quebrou o coração de alguns parceiros “legais”: “ele queria uma noiva, eu estava fazendo meu nome”. Em outro momento, ela diz “ele era um raio de sol, eu era uma meia-noite chuvosa”. 

 

… Question…?

A faixa começa com uma autoreferência. Um sample de “Out Of The Woods” do álbum 1989. A faixa está entre as mais dançantes do álbum. A composição também traz reflexões sobre a fama e sobre ter pessoas observando suas ações e relacionamentos. 

Vigilante Shit

“Fiz o delineado afiado o bastante para matar um homem”. Uma música de vingança para quem sentiu saudades do Reputation. Um som arranhado, sombrio e escuro para dizer que Taylor não se veste para homens ou mulheres, mas para a vingança (seria uma referência ao Revenge Dress da Lady Di?). A narrativa de antagonista constrói uma das melhores canções do álbum.

Bejeweled

A faixa traz uma aura mágica citando joias e pedras preciosas para falar de uma personagem descobrindo que é especial diante de um amor que já não dá tanta atenção. “É melhor acreditar que eu ainda brilho quando entro na sala. Ainda consigo fazer o lugar inteiro cintilar”, diz.

Labyrinth

Mais uma faixa com sintetizadores e vozes modificadas. “Labyrinth” remete à magia de se apaixonar e o medo do coração partido. Os sons da nova era com a lírica clássica da compositora que é reconhecida como uma das melhores do século. “Perdida no labirinto da minha mente. Termina, se liberta, cai a ficha, desmorona”, canta.

Karma

Diferente do que se esperaria de uma faixa desse nome, para quem já escutou o “tudo que eu penso é sobre carma”, nas músicas de vingança previamente lançadas pela compositora, a faixa é leve e fala de como o Karma tem sido bom pra ela. O que também pode servir como um tipo de vingança. “O carma é um gato ronronando no meu colo porque me ama”. Quem acompanha Taylor nas redes sociais rodeada de seus três gatos sabe que essa frase é a cara dela.

Sweet Nothing

Uma faixa sobre fugir das críticas e olhar com carinho para o amor. Doce e tranquila, como o nome diz. “Todos estão tramando algo. Eu me peguei correndo para casa, para as suas palavras doces”

Mastermind

Essa é a música que fecha o álbum. Aqui, a antagonista manipuladora aparece de uma forma doce. “Eu sou uma mestra da manipulação. Sabe, todas as mulheres mais sábias tiveram que fazer desse jeito porque nós nascemos para ser os peões dos jogos dos amores”, Swift canta. Uma crítica aos papéis de gênero e uma autoanálise, reflexões que tem aparecido cada vez mais nos últimos anos nas composições, fechando o trabalho de maneira coesa com o que se propõe.

Além dessas 13 músicas, Swift lançou outras sete faixas em uma versão Deluxe, chamada “edição das 3 horas da madrugada”.


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