Thanos rouba a cena em "Vingadores: Guerra Infinita"

Um movimento atípico para uma noite de quarta-feira no shopping Bourbon Ipiranga. Casais de namorados e jovens tiram selfies e filmam toda a movimentação. Um menino tira o próprio boné, - com o conhecido escudo azul e vermelho estampado na aba - e pula de ansiedade ao ver os cartazes do filme mais esperado da Marvel nos últimos anos.

Os produtores prometiam: o crossover mais ambicioso da história do cinema. "Vingadores: Guerra Infinita" além de ser o exatamente o que promete, também conseguiu interligar todas as diferentes histórias do universo Marvel nas duas horas e 40 minutos de filme. O filme vai se desenvolvendo e as peças do enredo se encaixam, como em um quebra-cabeça que demorou anos para ser concluído. 

A primeira hora de filme pode ser dividida em quatro atos. Nesse tempo, os personagens se dão conta - e o telespectador também - do papel que irão desenvolver na missão mais perigosa dos Vingadores: impedir que o vilão Thanos, conhecido como "Titã Louco" reúna as 6 Joias do Infinito (pedras místicas, criadas na origem do universo, que dão poder inimaginável a quem as possuir). Após essa apresentação, cada parte do filme ocorre em cenários que, embora sejam diferentes, estão interligados. 

A batalha final em Wakanda é um exemplo do investimento da Marvel em efeitos especiais (aproximadamente 300 milhões de dólares, segundo o Wall Street Journal). E mesmo com uma quantidade incomum de heróis, quem se destaca é o vilão Thanos, figura maléfica apresentada em filmes anteriores da franquia e que não ganhava mais do que cinco minutos em cena de "Guardiões da Galáxia" (2014), quando não aparecia em sequência pós-créditos de "Vingadores" (2012) e "Vingadores: Era de Ultron" (2015). Pois neste filme o titã é a atração principal.   

A ambição e a arrogância são traços da personalidade de Thanos, um ser que se considera um visionário e que tem como pretensão destruir metade da população do universo. A ideia é promover uma "limpeza" que salve a existência da vida, como novos mundos sem fome, miséria e disputas internas. Em Guerra Infinita, Thanos ganha terreno e uma introdução, que justifica a sua sede de poder. Para os fãs fica a certeza de que o vilão era o que faltava à franquia. 

As cenas de ação são de tirar o fôlego, dignas de aplauso. "Vingadores: Guerra Infinita" entrega algo além do que prometeu e ainda mantém o bom humor com piadas internas, fáceis de compreender para quem já é íntimo dos personagens mais cômicos, como Homem de Ferro, Thor, Hulk, Senhor das Estrelas e Rocky. O filme só termina com a sequência mostrada após os créditos, que serve para atiçar teorias sobre uma nova geração de heróis que está por vir.