Toronto mostra Javier Bardem em dose dupla

Toronto mostra Javier Bardem em dose dupla

Ator está em "Mother", com Jennifer Lawrence, e "Loving Pablo", com Penélope Cruz

Marcos Santuario

Toronto mostra Javier Bardem em dose dupla

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Ele foi o marido/escritor de Jennifer Lawrence em "Mother", dirigido pelo norte-americano Darren Aronofsky; e o amante de Penélope Cruz (sua mulher na vida real), em "Loving Pablo", do espanhol Fernando Léon de Aranoa. Ambos exibidos aqui no Festival Internacional de Cinema de Toronto (Tiff).

No primeiro, Bardem completa uma trama de suspense psicológico, vivendo um escritor de sucesso que vive em uma casa estilo vitoriana, com sua mulher, interpretada por Jennifer. A imensidão da casa, personagem macabro do enredo, se torna tão grande quanto o vazio da esposa, que trata de encontrar em afazeres caseiros uma satisfação, enquanto acompanha e da suporte ao marido que busca inspiração.

Aronofsky , diretor com nome e estilo conhecidos, como em "Black Swan", "Requiem for a Dream", "The Wrestler", entre outros, apresenta realidades desconexas em uma composição que vai do onírico ao insano, e que requer um envolvimento dedicado do espectador. Momentos de tensão e medo, mesclados a encontros improváveis e desfechos inimagináveis. O filme vem dividindo a crítica no Tiff, assim como aconteceu na recente edição do Festival de Veneza.

Mas Javier Bardem não fica somente no sonho feito realidade de Aronofsky. Ele incorpora a figura mítica do colombiano Pablo Escobar, conduzido pelo mesmo Aranoa, que o dirigiu em "Lunes al Sol", em 2002. Aos 48 anos, o ator realiza o desejo de encarnar aquele que ficou reconhecido pelo envolvimento com o tráfico de drogas internacional, a partir da Colômbia.

Visto em outros filmes e séries (uma das mais recentes com Wagner Moura no papel do "patrón", pela Netflix), Escobar não se torna um total desconhecido. A trama foi construída a partir do livro escrito pela jornalista Virginia Vallejo, “Amando a Pablo, Odiando a Escobar”, frase aliás com a qual encerra o filme. Vivida por Penélope Cruz, a Virginia do filme, olhos pelos quais a história esta contada, se apresenta mais como vítima do que qualquer outra coisa. Um pouco de violência e algo de flerte com alguma sexualidade.

Javier não compromete o personagem. O que sim compromete e dá saudade do "espanhol com sotaque do Wagner Moura", se revela em um Pablo Escobar que fala tudo em inglês. Inclusive com seus comparsas, com a esposa e com os filhos. Não dá pra acreditar neste colombiano assim.

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