Trupe Dosquatro lança “A Poética do Vento é o Movimento”

Dentro das celebrações de seus 15 anos, que precisaram ser adiadas em função da pandemia, a Trupe Dosquatro lança neste sábado (8 de agosto), em suas redes sociais, o vídeo "A poética do Vento é o Movimento. O título faz referência ao vento, ao tempo e às coisas que passam, além da retrospectiva do grupo de Bento Gonçalves e ao momento atual. ”Nossa proposta é mostrar de uma forma poética, alguns ‘instantes’ importantes da nossa trajetória, pois são 15 anos de produção ininterrupta”, diz o diretor Cristian Bernich.

Para outubro está prevista a estreia do espetáculo “Isso”, onde novamente o grupo leva à cena as relações humanas em um ambiente, desta vez, mais sutil e delicado, com ênfase nos sentimentos e vivências sociais. O trabalho está sendo criado para qualquer espaço, incluindo o digital, com um cenário minimalista que também serve como iluminação cênica. A Trupe Dosquatro é a única companhia na região serrana com essa estética (dança-teatro contemporânea) que conta com sete artistas e pesquisadores de artes plásticas, artes visuais, teatro, ballet, jazz, dança contemporânea, design e performance. Sua diversidade permite a exploração de espaços alternativos além dos palcos, tendo se apresentado em escolas, praças, estacionamentos, shoppings e até em cemitério, com o videodança “No-outro lugar” (2016).    

História
Criada em 2005, nos cinco primeiros anos se dedicou a montagens de espetáculos autorais e adaptações de textos. Mesmo em criações puramente teatrais, o corpo já era um agente de expressividade, incorporando música, bonecos e coreografias em seus trabalhos. A partir de 2011, em parceria com o artista visual Edson Possamai, as produções migraram para uma proposta de pesquisa e criações em dança-teatro contemporânea que mudam a cada espetáculo, às vezes com diálogo espontâneo e humor. Noutro momento, explorando a pessoalidade dos integrantes da companhia e levando ao público às cruezas de seus “eus”, em um trabalho forte, agressivo e impactante, ou ainda, evidenciando as mazelas e tristezas. Em 2015, inaugurou o espaço Sala de Ensaio onde, além dos ensaios, promove eventos, oficinas e aulas regulares. "Atentos aos recursos oferecidos pela contemporaneidade, dissolvemos de forma singular as relações entre a dança, o teatro, as artes plásticas, a música e o cotidiano social por meio de uma poética afetiva, manifestando a potência humana", explica Bernich. De Bento Gonçalves, o grupo já circulou por diversas cidades gaúchas e carimbou passaporte em Paris (França) e Córdoba (Argentina). Possui dez espetáculos para palco e dois em videodança. 

Cronologia
- "As Dez Mais do Córtex Cerebral" (2005 com remontagem em 2007)
- "O Monstrinho Medonhento" (2006)
- "O Nascimento do... 'Mausinho'?!" (2008)
- "Quem Tem Medo de Bagunça?" (2010)
- "Pocket, Teatro e dança de Bolso" (2012 - espetáculo inspirado na Pop Art, aprofundando o trabalho de clown e dança-teatro)
- "Cru" (2013 - o espetáculo circulou por diversas cidades do RS e, em 2014, se apresentou em Córdoba/Argentina)
- "Um Ensaio aos Homens dos Pés Descalços" (2016/2017 - para esta apresentação, o palco recebeu 6 toneladas de areia para evidenciar as mazelas, as tristezas e o além-mar de uma migração)
- "Bela, Eu Feroz - uma Metáfora de Nós Mesmos" (2018) 
- "Nuances, uma Ilha Azul num Oceano Cor de Céu" (2018)
- “Venere Baile de Primavera" (2016/2019)
- "Cru" (2013) – videodança
- "No-Outro lugar" (2016 – videodança inspirada em conceitos filosóficos, o trabalho circulou em conferências, exposições e eventos de arte, como Jornada Interdisciplinaria de Investigación en Arte y Diseño/Córdoba, Desfronteiras, III Semana de Arte da Eseba/UFU, 12° MIVSC - São Carlos Videodance Festival. Foi premiado com Menção Honrosa no V Festival O Cubo de Cinema.