Ubu Tropical, da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, tem novas apresentações no Parque da Redenção, em Porto Alegre

Ubu Tropical, da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, tem novas apresentações no Parque da Redenção, em Porto Alegre

O grupo retrata a personagem Pai Ubu, criada pelo francês Alfred Jarry (1873-1907), precursor do teatro contemporâneo

Correio do Povo

Os bufões do Ói Nóis Aqui Traveiz vão contar a história do Pai Ubu, símbolo do cinismo, destruição e estupidez

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Neste domingo, dia 21, e no próximo, dia 28, haverá uma nova apresentação de Ubu Tropical, da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. O espetáculo acontece no Parque da Redenção, próximo ao Monumento ao Expedicionário. Ambas são gratuitas, e acontece às 12h e 16h.

Os bufões do Ói Nóis Aqui Traveiz vão contar a história do Pai Ubu, símbolo do cinismo, destruição e estupidez. Em cena, as peripécias de uma personagem grotesca e cruel que, incitado por Mãe Ubu, assassina o Rei da Polônia e coroa a si mesmo, iniciando uma longa série de atrocidades que incluem traições, roubos, corrupção e assassinatos. Personagem ambicioso, covarde e irracional, o legendário Pai Ubu relembra, em chave humorística, o que o Brasil viveu nos últimos anos com um governante autoritário e demente.

A personagem Pai Ubu foi criada pelo francês Alfred Jarry (1873-1907) precursor do teatro contemporâneo e fundador de uma nova concepção estética e ideológica de onde beberam as vanguardas do século XX, como dadaístas, surrealistas, o teatro do absurdo, e grande parte do humor grotesco atual. Jarry desenvolveu uma interessante saga com as peças Ubu Rei, Ubu Cornudo, Ubu Acorrentado e Ubu na Colina, entre outras, de comédia bufa e as vezes, escatológica e absurda. A provocação de Ubu chega, inclusive, ao universo da linguagem, inventando palavras e chamando atenção para um mundo aparentemente ordenado e progressista, mas que a todo momento cria os seus brutais Ubus.

A encenação do Ói Nóis Aqui Traveiz parte da figura do bufão. São os atuadores como bufões que encenam a peça. O bufão é o ser dos paradoxos, das antíteses, o personagem do avesso e do direito, da negação e da afirmação. Sua função é de dizer alto o que se pensa baixo: ele desvela o não-dito, o interdito, o latente ou o recalcado. O bufão está ligado à rua, à praça, sendo o representante de uma reunião de vozes de contestação e de transgressão.

Na criação coletiva estão em cena os atuadores Rafael Torres (Pai Ubu), Helen Sierra (Mãe Ubu), Marta Haas, Keter Velho, Eugênio Barboza, Roberto Corbo, Lucas Gheller, Márcio Leandro, Alex Pantera, Jules Bemfica, Gengiscan, Ellen Hiromi, Kayzee Fashola, Milena Moreira, Fabrício Miranda e Daniel Steil. Na parte técnica e contrarregragem estão Tânia Farias, Clélio Cardoso e Paulo Flores.


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